Semana
passada, formos surpreendidos com a notícia de que o Governo Federal estuda uma
forma de limitar os valores de contratos entre os clubes de futebol (em
especial Flamengo e Corinthians) e a Rede Globo de Televisão (detentora dos
direitos de transmissão).
O
alvoroço foi devido ao chororô de clubes de menor expressão frente ao iminente
aumento da verba a ser paga aos dois maiores clubes do Brasil, já no ano de
2016. As cifras podem chegar a R$ 170 milhões de reais ao ano, estando termos e
valores já previstos e acordados em contratos.
Os
chorões alegam que isso poderá resultar em uma polarização econômica do futebol
brasileiro, semelhante ao que ocorre no futebol espanhol que tem apenas dois
clubes gigantes (Barcelona e Real Madrid).
Vale
ressaltar que os contratos que prevêem aumentos ao Flamengo e Corinthians são
legais e amparados pela simples lei de mercado (oferta/necessidade de divulgar
marcas e procura/espectadores e
torcedores do maiores times do Brasil).
A
conta é simples: Quanto maior a audiência, maior os ganhos da emissora com
marketing e por conseqüência, maior o valor a ser pago aos times que
proporcionam o espetáculo que atrai um grande público.
É
certo que nem Flamengo, nem o Corinthians estão se apossando de valores
alheios. O que ocorre é a legítima posse de valores correspondentes ao
potencial de mercado dos dois clubes, antes não reivindicado por seus
dirigentes (por receio ou ignorância) e omitidos pela Rede Globo de Televisão.
Ou seja, o futebol já gerava muito dinheiro que não era repassado aos clubes.
Por
outro lado, as altas cifras pagas aos detentores das duas maiores torcidas do
Brasil podem resultar no fortalecimento do futebol brasileiro, permitindo aos
clubes brasileiros, futuramente, competirem economicamente com os clubes europeus.
Pode
ser que outros clubes que detenham número considerável de torcedores, também
tenham direito a reajustes do valor de suas cotas de televisão, contudo, não
chegarão próximo aos valores pagos aos dois primeiros, pois o abismo
quantitativo de torcedores é enorme.
O
que causa admiração e até perplexidade é o fato de que o Brasil, com tantos
problemas (inflação, desemprego, corrupção, desvalorização da Petrobrás, CPI's,
Copa do Mundo, eleições e etc), a preocupação do Governo Federal seja o Flamengo
e Corinthians.
O
Governo não dá conta de resolve os próprios problemas e agora quer se meter na discussão
entre clubes de futebol?
Acho
mesmo é que o Governo Federal que desviar o foco do povo por que atualmente há
questões em debate que causam enorme desconforto à direita e a esquerda
(Petrobrás e Metrô de São Paulo).
Como
sempre o Governo Federal que nunca auxiliou os clubes brasileiros, agora quer
atrapalhar.
O
certeza da questão é que não devem existir dois pesos e duas medidas. Caso seja
decidida favoravelmente a interferência estatal frente aos contratos
particulares (Flamengo ou Corinthians e Rede Globo), acho que os contratos
entre a CBF, Rede Globo e seus patrocinadores devem ser questionados também.
Isso
ainda vai dá muito pano para manga.
Texto: Observador