segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Diretoria do Flamengo: Carta aberta sobre o Consórcio Maracanã.

"O Flamengo, depois da espetacular participação da nação rubro-negra no jogo desta quarta-feira, contra o Cruzeiro, espera que a Odebrecht tenha se convencido da importância em ter a maior e melhor torcida do mundo no Maracanã.
A torcida do Flamengo valoriza o Maracanã. Ela é a alma do estádio e faz dele o mais lindo e vibrante do Brasil. Sem o Flamengo, o novo Maracanã se torna apenas uma arena importante, como outras que já existem.
Por esta razão, não se pode admitir que o modelo de administração do Maracanã seja tão prejudicial ao Flamengo. Abaixo, os fatos que aprendemos, fruto de nossa experiência recente:
- No jogo do dia 28/08 contra o Cruzeiro, a renda líquida do clube foi de R$734.000 para uma renda bruta de R$2.200.000. Com esta mesma renda bruta, o Corinthians no Pacaembu teria uma receita líquida de R$1.650.000.
- Esta mesma comparação feita para qualquer outra arena/estádio no Brasil comprovará que no Maracanã o Flamengo trará para seus cofres menos da metade do que seus adversários de outros estados estarão arrecadando.
- Os custos operacionais do Maracanã são de, no mínimo, o dobro de qualquer outro estádio do Brasil, podendo chegar a até 10 vezes o custo de outros estádios capazes de receber também grandes públicos.
- O Maracanã oferece um péssimo serviço tanto na venda de ingressos quanto na operação de acesso, onde as catracas não estão dimensionadas para o alto fluxo de ingresso de torcedores próximo a hora de início da partida.
- Consequência: longas filas, impossibilidade do controle eletrônico do acesso, riscos de evasão de renda, superlotação e descontrole da arrecadação, falta de contagem dos giros de catraca, impossibilidade de saber a relação entre os ingressos vendidos e o número de pessoas que entraram no estádio.
O Flamengo deseja construir uma relação justa e parceira com quem quer que esteja administrando o Maracanã. Uma relação que permita, além de bons resultados financeiros para ambas as partes, a enorme alegria dos 40 milhões de apaixonados torcedores rubro-negros.
É para isto que estamos trabalhando.
Conselho Diretor do Clube de Regatas do Flamengo"

Diretoria do Flamengo expõe dificuldades impostas por consócio administrador do Maracanã que impedem o time de maior torcida do Brasil jogar no estádio da final da Copa do Mundo.

Os dirigentes do Flamengo lançaram uma cartilha para explicar aos seus torcedores os motivos que inviabilizam, impedem e dificultam o Mais Querido mandar seus jogos no maior estádio “PÚBLICO” do Brasil.
Dentre os vários motivos alegados, os altos custos operacionais definidos e apresentados pela Odebrecht, empresa que compõe o consócio que administra o estádio, além da omissão no oferecimento de estrutura mínima à comercialização de ingresso, cobrança de valores adicionais para veiculação e divulgação de marcas de patrocinadores no estádio.
Por fim, dificuldades referentes à habilitação de catracas do estádio de forma a permitir ao sócio-torcedor utilizar diretamente o seu cartão-ingresso.
É certo que imposições do Consócio Maracanã coloca o Flamengo em uma situação de refém, pois, arca com todos os custos do jogo, promove o espetáculo, todavia, recebe menos de 30% do lucro dos jogos.
Este panorama contribuiu e muito para que a relação entre as partes esteja extremamente desgastada, o que sem dúvida alguma, vai de encontro a uma solução em curto prazo.
Como reflexo desta crise, o Flamengo já anunciou que neste Campeonato Brasileiro, à exceção das partidas contra o Vitória/BA e o clássico de volta com o Botafogo, não mandará mais seus jogos no Maracanã. Contudo, os jogos do time na Copa do Brasil serão realizados na “antiga casa” do rubro-negro carioca.
Ainda obscuro o atual panorama, dirigentes do Flamengo fazem uma petição através da internet, objetivando conseguir 10 mil assinaturas para reivindicar a anulação da concessão do Estádio do Maracanã, aproveitando assim, seu enorme apelo popular.
Em outra frente, o Presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Melo, solicitou uma audiência com o Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, para propor um modelo de administração do estádio pelos 4 grandes clubes do Rio. Esta seria a última cartada para tirar do Consócio Maracanã o poder de gestão sobre o gigante equipamento público.
Neste cenário, surgem duas alternativas: O Flamengo mandar seus jogos em outras praças, aproveitando o seu potencial como time nacional de massa; ou, a tão sonhada construção de um estádio próprio, o desejo de todo Rubro-Negro. Entretanto, esta última alternativa exige uma reflexão mais profunda e detalhada.
“Por que o Flamengo não joga mais no Maracanã?
Atenção torcida rubro-negra: o maracá não é nosso! É da Odebrecht que define tudo a respeito do estádio e quer ficar ainda mais rica às custas do futebol carioca. Entenda os motivos que dificultam o retorno do Mais Querido para a nossa casa:
- O Maracanã é o estádio mais caro da América Latina. Por exemplo, em um jogo de R$ 3 milhões de renda o consócio cobra de custos de operação e aluguel cerca de R$ 1.6 milhão. Em Brasília, cobram R$ 600 mil.
- Impede a ativação de qualquer patrocinador do Clube no estádio ou no telão sem que haja pagamento além do que o Flamengo já paga para jogar no estádio. No clássico com o Botafogo, nem mesmo a propaganda para sócio-torcedores pôde ser exibida no telão!
- Não autorizou o uso do cartão-ingresso do sócio-torcedor do clube sem dar nenhum motivo para isso. E funciona perfeitamente.
- O Maracanã quer assumir toda operação de venda de ingressos embora o mandante e responsável pelo espetáculo seja o Flamengo.
- O Consócio não disponibiliza mais guichês de atendimento ou infra-estrutura de conexão, mas cobra caso o Clube faça.”
Diante tudo isso, o torcedor do Flamengo espera a recuperação financeira, estrutural e esportiva do clube, além é claro, títulos que garantam a recuperação da auto-estima rubro-negra, tão afetada nos últimos anos.