PAIXÃO
Não sei precisar quando exatamente, nem mesmo o que
ou quem me influenciou, mas desde a infância sou torcedor do Flamengo e tenho verdadeiro
amor, admiração e devoção por esta entidade esportiva.
Por ser de origem humilde e na infância morar em Brazlândia,
cidade satélite do Distrito Federal, durante muito tempo foi impossível
colaborar com a entidade esportiva do coração, comprando produtos licenciados
ou mesmo assistindo jogos em estádios, pois, as partidas de futebol eram
realizadas sempre na cidade do Rio de Janeiro ou outros centros urbanos em que
o futebol tem maior tradição. Há de ressaltar que o Distrito Federal não possui
grandes equipes de futebol e por isso, nunca foi um grande centro do futebol
profissional de primeira divisão.
Enquanto muitas crianças desejavam viajar para
conhecer a Disney, eu sonhava em assistir a um jogo do Flamengo no Maracanã.
Este sonho de consumo só foi possível em 2008, quando a muito custo, conseguir
direcionar tempo, dinheiro e oportunidade; e assim, assistir a uma partida do
Flamengo x Figueirense. Tudo foi muito especial, emocionante e perfeito, o que
fez a paixão crescer ainda mais e ficou o sonho de um dia assistir uma final de
Campeonato no Maracanã com o Flamengo disputando o título.
Os anos se passaram e a vontade de estar junto ao
Flamengo e acompanhar sua rotina e seu dia a dia só aumentou. E uma via de mão
dupla, o Flamengo traz alegria ao torcedor e o torcedor engrandece o Flamengo. É
algo que só quem ama o futebol entende e por isso, os torcedores não medem
esforços para viver esta emoção. Você quer estar junto e sentir que participou
e contribuiu de alguma maneira para a glória e o crescimento do seu time de
coração.
Vale ressaltar que você escolhe casa, roupa, carro,
comida, cor favorita e até esposa, mas não escolhe um time para torcer. O homem
e seu time estão predestinados e esta ligação é para sempre, na alegria e na
tristeza. Isto acontece de forma bem peculiar no Flamengo, afinal, “uma vez
Flamengo, sempre Flamengo!”
Quando é verdadeiro o amor pelo time do coração, um
dia você conhece e simplesmente há uma simbiose, onde imediatamente um passa a
fazer parte do outro e vice e versa, o que às vezes me leva a crer que você
possa ter predisposição genética para ser torcedor de tal time de futebol.
Tem gente que gosta de beber e comer. Neste sentido,
tem gente que adora carros, compras, exercícios físicos, dinheiro ou viagens, etc.
Eu adoro minha família, meu trabalho e o Flamengo!
Ocorre que nos últimos anos o Flamengo vinha sendo
sofrendo as conseqüências de sucessivas administrações amadores e
irresponsáveis, o que mergulhou esta entidade esportiva em um abismo financeiro
que resultou em uma possível falência e sua conseqüente extinção.
Alguns apontavam a falta de estrutura física como
responsável pela crise, o que em teoria, influenciava negativamente na formação
de novos atletas e também, no treinamento do time principal. Frente a isto, os
dirigentes recorreram ao maior patrimônio no Clube, ou seja, a sua apaixonada
torcida.
Em 2011, a Diretoria do Flamengo lançou um programa
chamado “Rubro-Negro para Sempre”, o qual visava à captação de recursos através
de doações de valores com o fim de construir o Centro de Treinamento do
Flamengo. Cada torcedor participante doaria a quantia mínima de R$ 250,00
(duzentos e cinqüenta reais) e em troca, houve a promessa de gravar o nome dos
doadores em um muro que seria construído naquela edificação. Apesar de a
quantia ser considerável para os padrões brasileiros, não medir esforços.
Economizei a referida quantia e realizei a doação vislumbrando um futuro melhor
para a entidade.
Infelizmente este futuro não chegou, o CT não foi
construído e as dívidas só aumentaram. No fim de 2012, o Flamengo foi alvo de
inúmeras penhoras o que comprometeu de forma considerável a sua saúde
financeira.
Já em 2013, a nova Diretoria realizou uma auditória
nas finanças do clube e constatou que a dívida era astronômica, cerca de 750
milhões de Reais. O Flamengo estava à beira do colapso financeiro. Diante deste
cenário e sob este argumento, a nova Diretoria dirigiu-se aos torcedores e
expôs que o Flamengo só escapava da “de declarar falência em seis meses”, se
além da conquista de novos patrocínios, a torcida apoiasse as novas ações de
captação de recursos, entre as quais, o consumo de produtos licenciados do
Flamengo (camisetas,TV- pay per view, entre outros), comparecimento aos
estádios e por conseqüência, a compra de ingressos, adesão ao programa sócio
torcedor (que teve inicio em março de 2013) e recentemente, medidas que visão
captação de recursos junto a restituição de imposto de renda dos torcedores.
Diante o cenário apocalíptico descrito, os
torcedores, o que me inclui, abraçaram a idéia de recuperar a entidade Flamengo
e começaram a consumir produtos (camisetas que custam em média R$ 200,00 cada,
entre outros), associaram ao programa sócio torcedor (eu me associei em julho,
inclusive pagando o boleto anual à vista ) e compareceram aos estádios para
torcer.
Para se ter uma idéia, o Flamengo bateu recordes de
venda de camisetas oficiais e adesões ao programa sócio-torcedor neste ano de
2013.
Durante muito tempo o torcedor de fora do Rio não
tinha muitas oportunidades de acompanhar os jogos do Flamengo, tanto pela
distância, quanto pela questão financeira. Eu tinha que me contentar em assistir
os jogos pela TV e nas oportunidades que o time jogava em Goiânia, deslocava-me
para aquela cidade para prestigiar o evento.
Todavia, a enorme dívida obrigou o Flamengo a
procurar novas praças mais lucrativas para mandar os seus jogos. Brasília foi o
local escolhido. Aqui o Flamengo mandou vários jogos, dentre os quais, os três
jogos que tive a oportunidade de está presente no Estádio Nacional de Brasília
(nestes jogos eu não estava trabalhando).
Por todas estas ações e sacrifícios, sentia-me
gratificado em ajudar o time, o Clube e a entidade Flamengo naquele momento de
crise. No entanto veio a frustração...
Desde o ano de 2009, quando o Flamengo foi campeão
brasileiro de futebol, não conseguia formar uma grande equipe, resultando em
campanhas de ruim a péssimo, em todas as competições disputadas, o que gerou
grande apreensão nos torcedores, sobretudo, nos que realmente amam o time e o
futebol.
Recentemente, apesar da campanha regular no
Campeonato Brasileiro, o time do Flamengo se classificou para as finais da Copa
do Brasil – segunda competição nacional mais importante do Brasil que ocorria
paralela ao Campeonato Brasileiro. Isso foi motivo de grande euforia para os
torcedores, em especial para mim. Tudo convergia para que eu realizasse o meu
sonho de assistir a conquista de um título importantíssimo do Flamengo no
Maracanã, pois, estava de férias no serviço e apesar do alto custo (viagem,
hospedagem, alimento, transporte – ônibus e taxi, ingresso), tinha reserva
financeira para tal fim. Outro ponto primordial era o fato de ser
sócio-torcedor, o que me permitia comprar o ingresso pela internet, não me
expondo a extorsão dos cambistas no estádio.
A ansiedade começou antes mesmo da compra dos
ingressos, pois, apesar das vendas terem sido iniciadas no dia 11 de novembro
para sócio-torcedores da categoria +Paixão, para a categoria do programa
sócio-torcedor que eu optei, as vendas só seriam liberadas no dia 14 de
novembro.
Houve um aumento significativo dos valores dos
ingressos, o que gerou diversas reclamações e até, um questionamento judicial por
parte do Procon/RJ.
No dia 14 de novembro, acessei o site do Flamengo e
efetuei a compra do ingresso e consequentemente, a carga do cartão ingresso,
pois optei por não enfrentar grandes filas para o resgate do ingresso impresso.
Para realizar esta compra, utilizei o meu cartão de crédito que se encontrava
dentro do prazo de validade e dispunha de limite crédito mais que suficiente à
realização da compra. Ao final da operação, foi emitida uma mensagem
instantânea no sentido de que a compra teria sido concluída com êxito.
Efetuei a impressão do comprovante da compra que
constava no campo STATUS, como ingresso PAGO e NÃO CANCELADO. A partir daí,
tinha plena convicção que tinha garantido o meu lugar no estádio e que seria
parte da festa.
Quanto ao valor do ingresso, ainda tendo como
referência o link acima, o ingresso inteira sem qualquer desconto para a
categoria escolhida por mim era R$ 800,00. Para sócio-torcedor (40% de
desconto), o mesmo ingresso sairia por R$ 480,00. Contudo, é garantido acumular
o desconto aos estudantes sócio-torcedores (é o meu caso), e portando, o valor
pago foi R$ 240,00.
No dia 15 de novembro, utilizando-me do mesmo cartão
de crédito, comprei as passagens aéreas de ida e volta, previstas para os dias
26 e 28 de novembro, respectivamente.
As datas de ida e volta foram definidas por
precaução, pois, prevendo eventual tumulto ou problemas nos aeroportos no dia
do jogo, preferir evitar qualquer percalço ou dificuldade que me inviabilizasse
assistir ao jogo, afinal, o objetivo da viagem ao Rio era exclusivamente
assistir ao jogo de futebol.
Já na cidade do Rio de Janeiro, limitei-me a curtas
caminhadas no calçadão de Copacabana e Ipanema, não realizando qualquer passeio
extra ou mesmo, aproveitando a praia, pois, o local não transmitia segurança
(pouco ou nenhum policiamento), o que possibilitava o cometimento de delitos no
local. Permaneci grande parte do tempo no hotel, aguardando ansioso o dia e a
hora do grande jogo. A cidade “transpirava” o jogo, tema de quase todas as
rodas de conversa.
No dia 27 de novembro, dia do jogo, saí cedo do
hotel, por volta das 13h, pois, desejava conhecer a Lapa, centro velho do Rio,
antes de ir para o estádio. Por volta da 16h, já ansioso, dirigi-me ao Estádio
do Maracanã, já estava no clima, pois, o metrô estava lotado de torcedores
cantado canções de apoio ao time.
Ao desembarcar na Estação Maracanã, visualizei o
estádio e um mar de gente e assim, a ansiedade e alegria aumentaram. Mal continha
a euforia. A emoção estava contagiante. Era coisa de louco. Nunca vi tanta
gente reunida. Não acreditava que o sonho estava se realizando e por isso,
queria entrar logo no estádio, mas os portões ainda estavam fechados.
Resolvi dar uma volta em torno do Maracanã e andei
da entrada da UERJ até a entrada do Bellini e depois retornei, pois, o meu
ingresso referia-se à categoria Maracanã Mais, ou seja, camarote que tem acesso
pela entrada A.
Permaneci na fila por cerca de 1 hora, até a
abertura dos portões, o que ocorreu por volta das 18h. Ao passar pela catraca
eletrônica, eu entreguei o meu cartão ingresso à funcionária encarregada de
passá-lo na catraca, no entanto, no visor acusava que o cartão estava inválido.
Fiquei muito surpreso, mas em um evento desta magnitude é possível ocorre algum
contratempo de fácil solução.
Fui encaminhado a uma mesa em que alguns
funcionários vestidos com a camisa do Programa sócio-torcedor Nação
Rubro-Negra. Estes funcionários detinham listas nominais de torcedores e nestas
relações, procuraram o meu nome e não encontraram. Então, me questionaram
quanto ao comprovante do pagamento do ingresso e o exigiram, contudo, apesar de
tê-lo imprimido, não o portava, pois, tinha esquecido em casa.
Neste momento me senti extremamente constrangido,
pois, indiretamente, insinuavam que eu não tinha comprado o ingresso. Falaram
para eu aguardar uma definição sobre o meu caso. Aguardei por cerca de meia
hora e neste período, presenciei outros torcedores com os mesmo problemas.
Questionei um funcionário sobre a necessidade de
resolver o problema ou me oferecer uma opção de conferência por meio virtual, ou
mesmo, a impressão do recibo de compra. Contudo, este funcionário alegou que
eles não dispunham de tal meio e que era minha a obrigação de imprimir tal
comprovante (detalhe: no regulamento do programa sócio-torcedor, é clara a
afirmação que o cartão fornecido é o ingresso e é com ele que se dará a entrada
em jogos. No regulamento do programa, nada menciona a obrigatoriedade de
impressão do comprovante). O mesmo funcionário completou ainda dizendo que não
poderia fazer nada, pois, a orientação que tinham recebido do “Flamengo” era
para não permitir a entrada se não apresentasse tal comprovante de compra.
Nada adiantou eu argumentar que a responsabilidade
não era minha e que tal situação era constrangedora e que jamais sairia de
Brasília e me deslocaria para o Rio de Janeiro para assistir a uma partida de
futebol, sem antes adquirir o ingresso.
Sem argumento, o funcionário me indicou outro funcionário
vestido com a camisa vermelha do Flamengo (semelhante à utilizada pela comissão
técnica) e falou que se tinha alguém que poderia resolver o problema era aquele
funcionário do Flamengo.
Então me dirigi aquele funcionário, expus o problema e solicitei auxílio. O funcionário falou que
não tinha como resolver o problema, mas havia um contêiner na parte externa do
estádio destinado ao sócio torcedor e que lá eles resolveriam o problema.
Diante do impasse, indiferença e morosidade dos
funcionários do Flamengo, dirigi-me ao contêiner indicado como o local que
resolveria o problema. Ao chegar ao local, a fila de torcedores que apresentava
problema estava imensa. Haviam vários guichês, contudo, apenas um destinado a
resolução de problemas, enquanto os demais eram para o resgate de ingresso não
carregados no cartão. O estresse já me dominava com a possibilidade de não
assistir ao jogo tão esperado, mas esta idéia ainda pairava como absurda, então
confiei que tudo seria resolvido.
Antes de chegar ao guichê, interpelei uma
funcionária do Flamengo, expondo o meu problema e questionando-a se lá
resolveriam o problema ou se era possível a impressão do comprovante da compra.
A referida funcionária me informou que o problema poderia ser resolvido no
guichê.
Na fila, problemas diversos eram relatados e o tempo
demandado para a resolução de cada problema era um absurdo/inconcebível. Cada
torcedor demorava no mínimo, 20 minutos no guichê, o que gerou enorme
insatisfação nos demais torcedores presentes.
Absoluta falta de respeito com o consumidor, com o cidadão e com os seus
próprios sócios, ou seja, quem sustenta o clube. Passou de “realização de um
sonho” à “um terrível pesadelo”.
A todos os presentes na fila da reclamação, foi
mencionado pela funcionaria no guichê que a solução oferecida era o
cancelamento da compra anterior e realização de uma nova compra em dinheiro.
Alguns torcedores reclamaram e foram repreendidos
pelos seguranças contratados ou guardas municipais (agentes com uniforme azul),
que objetivando dissipar os reclamantes, solicitaram a presença da Tropa de Choque
PMERJ, contudo, os torcedores explicaram aos policiais todo o transtorno e
constrangimento a que estavam sendo submetidos. Presenciando aquela situação,
os policiais militares se dirigiram ao guichê e falaram algo aos atendentes
(imagino que foi uma repreensão para que eles resolvessem o problema dos
torcedores) e posteriormente, se retiraram.
Após enfrentar todo o tumulto (outros torcedores
tentando fura fila e etc) e cerca de uma hora e meia na fila, chegou a minha
vez. Através de uma janelinha do contêiner (20x20cm), expus o meu problema à
funcionária e esta, demonstrando extrema falta de paciência e preparo, falou
que eles não poderiam resolver o meu problema, nem mesmo imprimir um
comprovante da compra, pois, este ato cabia a mim. Então solicitei que, a
exemplo dos demais guichês, fosse acessado os meus dados e impresso um
ingresso. A mesma disse que não tinha acesso a nada e por isso não tinha como
resolver o meu problema. Conclui: “este guichê da reclamação é só pra inglês
vê”.
Revoltado com tal tratamento dispersado, reclamei e
falei que tudo aquilo era um absurdo. A funcionária falou que não poderia fazer
nada. Uma sensação de extrema impotência e frustração, decepção, desgosto e
humilhação tomou conta de mim. Algo quase inexplicável. Senti como se tivesse a
face cuspida ou como tivesse tomado um tapa no rosto. Naquele momento o amor ao
clube virou ódio, pois, me sentir vítima do jeitinho de alguns cariocas - querer
levar vantagem em tudo. Ser mais esperto que todos.
Pensei. O que fazer agora?
Vou procurar um lan house, mas como antes, ninguém
sabia me informar aonde eu poderia encontrar uma aberta àquela hora. Perguntei aos
policiais, taxistas, comerciantes, flanelinhas e etc. Após longa caminhada,
encontrei algumas, mas estavam fechadas, pois, já era mais de 21h.
Corri por varias ruas, feito louco, o que causou feridas
em meus pés. A procura acabou quando visualizei um estabelecimento comercial
que dispunha de computador ligado à internet e impressora. Ofereci dinheiro ao
proprietário para que o mesmo me permitisse utilizar o seu equipamento, o que
foi aceito. Ao acessar a página do Flamengo e a área destinada ao login do
sócio-torcedor, achei o ingresso comprado (comprovante). Ao abrir o
comprovante, o ingresso constava como CANCELADO. O ingresso foi cancelado sem
qualquer aviso ou justificativa.
Popularmente dizem que fiquei sem alicerce. “Perdi o
chão”. “A ficha caiu”. Não assistiria ao jogo de futebol. Não um jogo qualquer.
Eu perderia a chance de assistir o Flamengo Campeão da Copa do Brasil no
Maracanã.
A decepção ficou tão evidente em minha face que o
dono do estabelecimento comercial não aceitou o meu dinheiro.
Foi inevitável ter que caminhar novamente ao
Maracanã, pois, a estação do metrô é próximo ao estádio.
Frustração é pouco para expressar o meu sentimento
naquele momento. Senti o gosto da derrota, pois, enquanto todos desciam a rampa
de acesso (estação-estádio), eu a subia para ir embora.
Presenciei cambistas oferecendo o ingresso mais
barato por R$ 400,00, mas não dispunha deste valor. Afinal! Quem leva R$ 400,00
em dinheiro ao estádio, já tendo comprado antecipadamente o ingresso?
A revolta era tanta que perdi o interesse em
assistir o jogo em bares ou qualquer TV.
Eu fui para o hotel e ainda engasgado com o
ocorrido, assisti parte do jogo na TV do quarto, pois, foi impossível fingir
que nada estava acontecendo, afinal, o barulho e a vibração vinham da rua.
Ao fim da partida, o Flamengo sagrou-se campeão e
tive a certeza que perdi a oportunidade de realizar o meu sonho. Um misto de
alegria e extrema tristeza.
A suspeita de que o meu lugar comprado por R$ 240,00
poderia ter sido vendido a outra pessoa disposta a pagar R$ 800,00, agravava a
sensação de ter sido enganado e lesado.
Claro que há uma relação de consumo, mas para
flamenguistas como eu, este jogo representava mais que um produto ou mero
entretenimento, é uma experiência única irreparável.
Diante tudo isso, restou à sensação de ter sido lesado,
por isso, existe o constrangimento no simples ato de narrar o ocorrido a alguém,
além da sensação de que no Rio de Janeiro, o cidadão comum está abandonado à
própria sorte e a lei é letra morta.
Resta saber se algo desta natureza ocorrerá novamente!
Autoria: um torcedor!