sábado, 14 de dezembro de 2013

Por causa de briga, Vasco perde patrocínio da Nissan

A briga entre torcedores dos times do Vasco da Gama e Atlético Paranaense no dia 08 de dezembro vai ter novos desdobramentos.
Após os dois times serem condenados pelo STJD à perda de 12 mandos de campo e multa de 120 mil reais o Atlético Paranaense e 8 mandos de campo e multa de 80 mil reais o Vasco, esta última agremiação sofre uma sanção econômica inesperada.
Uma das empresas patrocinadoras do Vasco da Gama, a Nissan, vai romper o contrato de patrocínio que rendia sete milhões de reais anuais ao time da colina e teriam duração de mais três anos, conforme divulgado pela coluna Radar, de Lauro Jardim, publicado pela Revista Veja. A medida partiu da matriz da empresa ao tomar conhecimento da briga através das imagens divulgadas ao mundo.
Após o episódio lamentável ocorrido no Estádio de Joinville – SC, algumas autoridades brasileiras se reuniram na última quinta-feira (12), a fim de discutir medidas a serem aplicadas em âmbito nacional como forma de prevenção e repreensão de atos violentos nos estádios brasileiros.
Incompreensível é a argumentação de algumas autoridades de que a lei (Estatuto do Torcedor) já existe e por si só basta para punir as partes envolvidas em conflitos. O que se vê é a existência de uma lei que por si só não tem eficácia para evitar a barbárie testemunhada pelo mundo.
Então surge a dúvida: As medidas serão eficazes, capazes de conter o ânimo violento de torcedores insanos que não querem torcer, mas sim, agredir, destruir, ofender, matar e por fim, estragar espetáculos públicos.
Fica evidente a necessidade de medidas mais duras para reprimir a ação de verdadeiros grupos criminosos que atuam dentro dos estádios.

A certeza que temos hoje é por incrível que pareça, parte da Nissan, a primeira medida efetivamente enérgica para acabar ou inibir a violência nos estádios, seja ela, a significativa sanção financeira.
Texto: Observador

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Flamengo Campeão da Copa do Brasil! Nem tudo é alegria.

PAIXÃO
Não sei precisar quando exatamente, nem mesmo o que ou quem me influenciou, mas desde a infância sou torcedor do Flamengo e tenho verdadeiro amor, admiração e devoção por esta entidade esportiva.
Por ser de origem humilde e na infância morar em Brazlândia, cidade satélite do Distrito Federal, durante muito tempo foi impossível colaborar com a entidade esportiva do coração, comprando produtos licenciados ou mesmo assistindo jogos em estádios, pois, as partidas de futebol eram realizadas sempre na cidade do Rio de Janeiro ou outros centros urbanos em que o futebol tem maior tradição. Há de ressaltar que o Distrito Federal não possui grandes equipes de futebol e por isso, nunca foi um grande centro do futebol profissional de primeira divisão.
Enquanto muitas crianças desejavam viajar para conhecer a Disney, eu sonhava em assistir a um jogo do Flamengo no Maracanã. Este sonho de consumo só foi possível em 2008, quando a muito custo, conseguir direcionar tempo, dinheiro e oportunidade; e assim, assistir a uma partida do Flamengo x Figueirense. Tudo foi muito especial, emocionante e perfeito, o que fez a paixão crescer ainda mais e ficou o sonho de um dia assistir uma final de Campeonato no Maracanã com o Flamengo disputando o título.
Os anos se passaram e a vontade de estar junto ao Flamengo e acompanhar sua rotina e seu dia a dia só aumentou. E uma via de mão dupla, o Flamengo traz alegria ao torcedor e o torcedor engrandece o Flamengo. É algo que só quem ama o futebol entende e por isso, os torcedores não medem esforços para viver esta emoção. Você quer estar junto e sentir que participou e contribuiu de alguma maneira para a glória e o crescimento do seu time de coração.
Vale ressaltar que você escolhe casa, roupa, carro, comida, cor favorita e até esposa, mas não escolhe um time para torcer. O homem e seu time estão predestinados e esta ligação é para sempre, na alegria e na tristeza. Isto acontece de forma bem peculiar no Flamengo, afinal, “uma vez Flamengo, sempre Flamengo!”
Quando é verdadeiro o amor pelo time do coração, um dia você conhece e simplesmente há uma simbiose, onde imediatamente um passa a fazer parte do outro e vice e versa, o que às vezes me leva a crer que você possa ter predisposição genética para ser torcedor de tal time de futebol.
Tem gente que gosta de beber e comer. Neste sentido, tem gente que adora carros, compras, exercícios físicos, dinheiro ou viagens, etc. Eu adoro minha família, meu trabalho e o Flamengo!
Ocorre que nos últimos anos o Flamengo vinha sendo sofrendo as conseqüências de sucessivas administrações amadores e irresponsáveis, o que mergulhou esta entidade esportiva em um abismo financeiro que resultou em uma possível falência e sua conseqüente extinção.
Alguns apontavam a falta de estrutura física como responsável pela crise, o que em teoria, influenciava negativamente na formação de novos atletas e também, no treinamento do time principal. Frente a isto, os dirigentes recorreram ao maior patrimônio no Clube, ou seja, a sua apaixonada torcida.
Em 2011, a Diretoria do Flamengo lançou um programa chamado “Rubro-Negro para Sempre”, o qual visava à captação de recursos através de doações de valores com o fim de construir o Centro de Treinamento do Flamengo. Cada torcedor participante doaria a quantia mínima de R$ 250,00 (duzentos e cinqüenta reais) e em troca, houve a promessa de gravar o nome dos doadores em um muro que seria construído naquela edificação. Apesar de a quantia ser considerável para os padrões brasileiros, não medir esforços. Economizei a referida quantia e realizei a doação vislumbrando um futuro melhor para a entidade.
Infelizmente este futuro não chegou, o CT não foi construído e as dívidas só aumentaram. No fim de 2012, o Flamengo foi alvo de inúmeras penhoras o que comprometeu de forma considerável a sua saúde financeira.
Já em 2013, a nova Diretoria realizou uma auditória nas finanças do clube e constatou que a dívida era astronômica, cerca de 750 milhões de Reais. O Flamengo estava à beira do colapso financeiro. Diante deste cenário e sob este argumento, a nova Diretoria dirigiu-se aos torcedores e expôs que o Flamengo só escapava da “de declarar falência em seis meses”, se além da conquista de novos patrocínios, a torcida apoiasse as novas ações de captação de recursos, entre as quais, o consumo de produtos licenciados do Flamengo (camisetas,TV- pay per view, entre outros), comparecimento aos estádios e por conseqüência, a compra de ingressos, adesão ao programa sócio torcedor (que teve inicio em março de 2013) e recentemente, medidas que visão captação de recursos junto a restituição de imposto de renda dos torcedores.
Diante o cenário apocalíptico descrito, os torcedores, o que me inclui, abraçaram a idéia de recuperar a entidade Flamengo e começaram a consumir produtos (camisetas que custam em média R$ 200,00 cada, entre outros), associaram ao programa sócio torcedor (eu me associei em julho, inclusive pagando o boleto anual à vista ) e compareceram aos estádios para torcer.
Para se ter uma idéia, o Flamengo bateu recordes de venda de camisetas oficiais e adesões ao programa sócio-torcedor neste ano de 2013.
Durante muito tempo o torcedor de fora do Rio não tinha muitas oportunidades de acompanhar os jogos do Flamengo, tanto pela distância, quanto pela questão financeira. Eu tinha que me contentar em assistir os jogos pela TV e nas oportunidades que o time jogava em Goiânia, deslocava-me para aquela cidade para prestigiar o evento.
Todavia, a enorme dívida obrigou o Flamengo a procurar novas praças mais lucrativas para mandar os seus jogos. Brasília foi o local escolhido. Aqui o Flamengo mandou vários jogos, dentre os quais, os três jogos que tive a oportunidade de está presente no Estádio Nacional de Brasília (nestes jogos eu não estava trabalhando).
Por todas estas ações e sacrifícios, sentia-me gratificado em ajudar o time, o Clube e a entidade Flamengo naquele momento de crise. No entanto veio a frustração...

DECEPÇÃO
Desde o ano de 2009, quando o Flamengo foi campeão brasileiro de futebol, não conseguia formar uma grande equipe, resultando em campanhas de ruim a péssimo, em todas as competições disputadas, o que gerou grande apreensão nos torcedores, sobretudo, nos que realmente amam o time e o futebol.
Recentemente, apesar da campanha regular no Campeonato Brasileiro, o time do Flamengo se classificou para as finais da Copa do Brasil – segunda competição nacional mais importante do Brasil que ocorria paralela ao Campeonato Brasileiro. Isso foi motivo de grande euforia para os torcedores, em especial para mim. Tudo convergia para que eu realizasse o meu sonho de assistir a conquista de um título importantíssimo do Flamengo no Maracanã, pois, estava de férias no serviço e apesar do alto custo (viagem, hospedagem, alimento, transporte – ônibus e taxi, ingresso), tinha reserva financeira para tal fim. Outro ponto primordial era o fato de ser sócio-torcedor, o que me permitia comprar o ingresso pela internet, não me expondo a extorsão dos cambistas no estádio.
A ansiedade começou antes mesmo da compra dos ingressos, pois, apesar das vendas terem sido iniciadas no dia 11 de novembro para sócio-torcedores da categoria +Paixão, para a categoria do programa sócio-torcedor que eu optei, as vendas só seriam liberadas no dia 14 de novembro.
Houve um aumento significativo dos valores dos ingressos, o que gerou diversas reclamações e até, um questionamento judicial por parte do Procon/RJ.
No dia 14 de novembro, acessei o site do Flamengo e efetuei a compra do ingresso e consequentemente, a carga do cartão ingresso, pois optei por não enfrentar grandes filas para o resgate do ingresso impresso. Para realizar esta compra, utilizei o meu cartão de crédito que se encontrava dentro do prazo de validade e dispunha de limite crédito mais que suficiente à realização da compra. Ao final da operação, foi emitida uma mensagem instantânea no sentido de que a compra teria sido concluída com êxito.
Efetuei a impressão do comprovante da compra que constava no campo STATUS, como ingresso PAGO e NÃO CANCELADO. A partir daí, tinha plena convicção que tinha garantido o meu lugar no estádio e que seria parte da festa.
Quanto ao valor do ingresso, ainda tendo como referência o link acima, o ingresso inteira sem qualquer desconto para a categoria escolhida por mim era R$ 800,00. Para sócio-torcedor (40% de desconto), o mesmo ingresso sairia por R$ 480,00. Contudo, é garantido acumular o desconto aos estudantes sócio-torcedores (é o meu caso), e portando, o valor pago foi R$ 240,00.
No dia 15 de novembro, utilizando-me do mesmo cartão de crédito, comprei as passagens aéreas de ida e volta, previstas para os dias 26 e 28 de novembro, respectivamente.
As datas de ida e volta foram definidas por precaução, pois, prevendo eventual tumulto ou problemas nos aeroportos no dia do jogo, preferir evitar qualquer percalço ou dificuldade que me inviabilizasse assistir ao jogo, afinal, o objetivo da viagem ao Rio era exclusivamente assistir ao jogo de futebol.
Já na cidade do Rio de Janeiro, limitei-me a curtas caminhadas no calçadão de Copacabana e Ipanema, não realizando qualquer passeio extra ou mesmo, aproveitando a praia, pois, o local não transmitia segurança (pouco ou nenhum policiamento), o que possibilitava o cometimento de delitos no local. Permaneci grande parte do tempo no hotel, aguardando ansioso o dia e a hora do grande jogo. A cidade “transpirava” o jogo, tema de quase todas as rodas de conversa.
No dia 27 de novembro, dia do jogo, saí cedo do hotel, por volta das 13h, pois, desejava conhecer a Lapa, centro velho do Rio, antes de ir para o estádio. Por volta da 16h, já ansioso, dirigi-me ao Estádio do Maracanã, já estava no clima, pois, o metrô estava lotado de torcedores cantado canções de apoio ao time.
Ao desembarcar na Estação Maracanã, visualizei o estádio e um mar de gente e assim, a ansiedade e alegria aumentaram. Mal continha a euforia. A emoção estava contagiante. Era coisa de louco. Nunca vi tanta gente reunida. Não acreditava que o sonho estava se realizando e por isso, queria entrar logo no estádio, mas os portões ainda estavam fechados.
Resolvi dar uma volta em torno do Maracanã e andei da entrada da UERJ até a entrada do Bellini e depois retornei, pois, o meu ingresso referia-se à categoria Maracanã Mais, ou seja, camarote que tem acesso pela entrada A.
Permaneci na fila por cerca de 1 hora, até a abertura dos portões, o que ocorreu por volta das 18h. Ao passar pela catraca eletrônica, eu entreguei o meu cartão ingresso à funcionária encarregada de passá-lo na catraca, no entanto, no visor acusava que o cartão estava inválido. Fiquei muito surpreso, mas em um evento desta magnitude é possível ocorre algum contratempo de fácil solução.
Fui encaminhado a uma mesa em que alguns funcionários vestidos com a camisa do Programa sócio-torcedor Nação Rubro-Negra. Estes funcionários detinham listas nominais de torcedores e nestas relações, procuraram o meu nome e não encontraram. Então, me questionaram quanto ao comprovante do pagamento do ingresso e o exigiram, contudo, apesar de tê-lo imprimido, não o portava, pois, tinha esquecido em casa.
Neste momento me senti extremamente constrangido, pois, indiretamente, insinuavam que eu não tinha comprado o ingresso. Falaram para eu aguardar uma definição sobre o meu caso. Aguardei por cerca de meia hora e neste período, presenciei outros torcedores com os mesmo problemas.
Questionei um funcionário sobre a necessidade de resolver o problema ou me oferecer uma opção de conferência por meio virtual, ou mesmo, a impressão do recibo de compra. Contudo, este funcionário alegou que eles não dispunham de tal meio e que era minha a obrigação de imprimir tal comprovante (detalhe: no regulamento do programa sócio-torcedor, é clara a afirmação que o cartão fornecido é o ingresso e é com ele que se dará a entrada em jogos. No regulamento do programa, nada menciona a obrigatoriedade de impressão do comprovante). O mesmo funcionário completou ainda dizendo que não poderia fazer nada, pois, a orientação que tinham recebido do “Flamengo” era para não permitir a entrada se não apresentasse tal comprovante de compra.
Nada adiantou eu argumentar que a responsabilidade não era minha e que tal situação era constrangedora e que jamais sairia de Brasília e me deslocaria para o Rio de Janeiro para assistir a uma partida de futebol, sem antes adquirir o ingresso.
Sem argumento, o funcionário me indicou outro funcionário vestido com a camisa vermelha do Flamengo (semelhante à utilizada pela comissão técnica) e falou que se tinha alguém que poderia resolver o problema era aquele funcionário do Flamengo.
Então me dirigi aquele funcionário, expus o problema e solicitei auxílio. O funcionário falou que não tinha como resolver o problema, mas havia um contêiner na parte externa do estádio destinado ao sócio torcedor e que lá eles resolveriam o problema.
Diante do impasse, indiferença e morosidade dos funcionários do Flamengo, dirigi-me ao contêiner indicado como o local que resolveria o problema. Ao chegar ao local, a fila de torcedores que apresentava problema estava imensa. Haviam vários guichês, contudo, apenas um destinado a resolução de problemas, enquanto os demais eram para o resgate de ingresso não carregados no cartão. O estresse já me dominava com a possibilidade de não assistir ao jogo tão esperado, mas esta idéia ainda pairava como absurda, então confiei que tudo seria resolvido.
Antes de chegar ao guichê, interpelei uma funcionária do Flamengo, expondo o meu problema e questionando-a se lá resolveriam o problema ou se era possível a impressão do comprovante da compra. A referida funcionária me informou que o problema poderia ser resolvido no guichê.
Na fila, problemas diversos eram relatados e o tempo demandado para a resolução de cada problema era um absurdo/inconcebível. Cada torcedor demorava no mínimo, 20 minutos no guichê, o que gerou enorme insatisfação nos demais torcedores presentes.  Absoluta falta de respeito com o consumidor, com o cidadão e com os seus próprios sócios, ou seja, quem sustenta o clube. Passou de “realização de um sonho” à “um terrível pesadelo”.
A todos os presentes na fila da reclamação, foi mencionado pela funcionaria no guichê que a solução oferecida era o cancelamento da compra anterior e realização de uma nova compra em dinheiro.
Alguns torcedores reclamaram e foram repreendidos pelos seguranças contratados ou guardas municipais (agentes com uniforme azul), que objetivando dissipar os reclamantes, solicitaram a presença da Tropa de Choque PMERJ, contudo, os torcedores explicaram aos policiais todo o transtorno e constrangimento a que estavam sendo submetidos. Presenciando aquela situação, os policiais militares se dirigiram ao guichê e falaram algo aos atendentes (imagino que foi uma repreensão para que eles resolvessem o problema dos torcedores) e posteriormente, se retiraram.
Após enfrentar todo o tumulto (outros torcedores tentando fura fila e etc) e cerca de uma hora e meia na fila, chegou a minha vez. Através de uma janelinha do contêiner (20x20cm), expus o meu problema à funcionária e esta, demonstrando extrema falta de paciência e preparo, falou que eles não poderiam resolver o meu problema, nem mesmo imprimir um comprovante da compra, pois, este ato cabia a mim. Então solicitei que, a exemplo dos demais guichês, fosse acessado os meus dados e impresso um ingresso. A mesma disse que não tinha acesso a nada e por isso não tinha como resolver o meu problema. Conclui: “este guichê da reclamação é só pra inglês vê”.
Revoltado com tal tratamento dispersado, reclamei e falei que tudo aquilo era um absurdo. A funcionária falou que não poderia fazer nada. Uma sensação de extrema impotência e frustração, decepção, desgosto e humilhação tomou conta de mim. Algo quase inexplicável. Senti como se tivesse a face cuspida ou como tivesse tomado um tapa no rosto. Naquele momento o amor ao clube virou ódio, pois, me sentir vítima do jeitinho de alguns cariocas - querer levar vantagem em tudo. Ser mais esperto que todos.
Pensei. O que fazer agora?
Vou procurar um lan house, mas como antes, ninguém sabia me informar aonde eu poderia encontrar uma aberta àquela hora. Perguntei aos policiais, taxistas, comerciantes, flanelinhas e etc. Após longa caminhada, encontrei algumas, mas estavam fechadas, pois, já era mais de 21h.
Corri por varias ruas, feito louco, o que causou feridas em meus pés. A procura acabou quando visualizei um estabelecimento comercial que dispunha de computador ligado à internet e impressora. Ofereci dinheiro ao proprietário para que o mesmo me permitisse utilizar o seu equipamento, o que foi aceito. Ao acessar a página do Flamengo e a área destinada ao login do sócio-torcedor, achei o ingresso comprado (comprovante). Ao abrir o comprovante, o ingresso constava como CANCELADO. O ingresso foi cancelado sem qualquer aviso ou justificativa.
Popularmente dizem que fiquei sem alicerce. “Perdi o chão”. “A ficha caiu”. Não assistiria ao jogo de futebol. Não um jogo qualquer. Eu perderia a chance de assistir o Flamengo Campeão da Copa do Brasil no Maracanã.
A decepção ficou tão evidente em minha face que o dono do estabelecimento comercial não aceitou o meu dinheiro.
Foi inevitável ter que caminhar novamente ao Maracanã, pois, a estação do metrô é próximo ao estádio.
Frustração é pouco para expressar o meu sentimento naquele momento. Senti o gosto da derrota, pois, enquanto todos desciam a rampa de acesso (estação-estádio), eu a subia para ir embora.
Presenciei cambistas oferecendo o ingresso mais barato por R$ 400,00, mas não dispunha deste valor. Afinal! Quem leva R$ 400,00 em dinheiro ao estádio, já tendo comprado antecipadamente o ingresso?
A revolta era tanta que perdi o interesse em assistir o jogo em bares ou qualquer TV.
Eu fui para o hotel e ainda engasgado com o ocorrido, assisti parte do jogo na TV do quarto, pois, foi impossível fingir que nada estava acontecendo, afinal, o barulho e a vibração vinham da rua.
Ao fim da partida, o Flamengo sagrou-se campeão e tive a certeza que perdi a oportunidade de realizar o meu sonho. Um misto de alegria e extrema tristeza.
A suspeita de que o meu lugar comprado por R$ 240,00 poderia ter sido vendido a outra pessoa disposta a pagar R$ 800,00, agravava a sensação de ter sido enganado e lesado.
Claro que há uma relação de consumo, mas para flamenguistas como eu, este jogo representava mais que um produto ou mero entretenimento, é uma experiência única irreparável.
Diante tudo isso, restou à sensação de ter sido lesado, por isso, existe o constrangimento no simples ato de narrar o ocorrido a alguém, além da sensação de que no Rio de Janeiro, o cidadão comum está abandonado à própria sorte e a lei é letra morta.
Resta saber se algo desta natureza ocorrerá novamente!
Autoria: um torcedor!