quarta-feira, 21 de maio de 2014

Governo Federal estuda forma de interferir nas cotas de televisão de Flamengo e Corinthians

Semana passada, formos surpreendidos com a notícia de que o Governo Federal estuda uma forma de limitar os valores de contratos entre os clubes de futebol (em especial Flamengo e Corinthians) e a Rede Globo de Televisão (detentora dos direitos de transmissão).
O alvoroço foi devido ao chororô de clubes de menor expressão frente ao iminente aumento da verba a ser paga aos dois maiores clubes do Brasil, já no ano de 2016. As cifras podem chegar a R$ 170 milhões de reais ao ano, estando termos e valores já previstos e acordados em contratos.
Os chorões alegam que isso poderá resultar em uma polarização econômica do futebol brasileiro, semelhante ao que ocorre no futebol espanhol que tem apenas dois clubes gigantes (Barcelona e Real Madrid).
Vale ressaltar que os contratos que prevêem aumentos ao Flamengo e Corinthians são legais e amparados pela simples lei de mercado (oferta/necessidade de divulgar marcas  e procura/espectadores e torcedores do maiores times do Brasil).
A conta é simples: Quanto maior a audiência, maior os ganhos da emissora com marketing e por conseqüência, maior o valor a ser pago aos times que proporcionam o espetáculo que atrai um grande público.
É certo que nem Flamengo, nem o Corinthians estão se apossando de valores alheios. O que ocorre é a legítima posse de valores correspondentes ao potencial de mercado dos dois clubes, antes não reivindicado por seus dirigentes (por receio ou ignorância) e omitidos pela Rede Globo de Televisão. Ou seja, o futebol já gerava muito dinheiro que não era repassado aos clubes.
Por outro lado, as altas cifras pagas aos detentores das duas maiores torcidas do Brasil podem resultar no fortalecimento do futebol brasileiro, permitindo aos clubes brasileiros, futuramente, competirem economicamente com os clubes europeus.
Pode ser que outros clubes que detenham número considerável de torcedores, também tenham direito a reajustes do valor de suas cotas de televisão, contudo, não chegarão próximo aos valores pagos aos dois primeiros, pois o abismo quantitativo de torcedores é enorme.
O que causa admiração e até perplexidade é o fato de que o Brasil, com tantos problemas (inflação, desemprego, corrupção, desvalorização da Petrobrás, CPI's, Copa do Mundo, eleições e etc), a preocupação do Governo Federal seja o Flamengo e Corinthians. 
O Governo não dá conta de resolve os próprios problemas e agora quer se meter na discussão entre clubes de futebol?
Acho mesmo é que o Governo Federal que desviar o foco do povo por que atualmente há questões em debate que causam enorme desconforto à direita e a esquerda (Petrobrás e Metrô de São Paulo).
Como sempre o Governo Federal que nunca auxiliou os clubes brasileiros, agora quer atrapalhar.
O certeza da questão é que não devem existir dois pesos e duas medidas. Caso seja decidida favoravelmente a interferência estatal frente aos contratos particulares (Flamengo ou Corinthians e Rede Globo), acho que os contratos entre a CBF, Rede Globo e seus patrocinadores devem ser questionados também.

Isso ainda vai dá muito pano para manga.
Texto: Observador

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Após demissão de Jaime de Almeida e antes da contratação de Ney Franco, quais seriam as opções de técnicos para o Flamengo?

Confesso que não concordei com a demissão do Jaime de Almeida. Acho que é um bom técnico e que teve o trabalho limitado pelo fraco elenco (tirou leite de pedra).
Quando soube que o Flamengo estaria negociando com o Ney Franco, pensei: Que merd..., PQP, agora fud..., a vaca foi pro brejo de vez.
Aí eu pensei: Considerando o atual momento do futebol brasileiro em que a coisa está difícil até para escolher quem vai nos representar na Copa do Mundo, imagina para o Flamengo!
Quem é o grande técnico que está disponível no mercado brasileiro, neste momento? Só me vem à cabeça o nome do Tite que já falou que não assumirá nenhuma equipe brasileira antes da Copa e é muito caro.
Técnicos como o Muricy Ramalho (para mim o melhor do Brasil), Felipão, Oswaldo de Oliveira, Cuca, Marcelo Oliveira e Abel Braga não estão disponíveis.
Os demais são técnicos que pararam no tempo e estão aposentados sem saber (técnicos chinelinhos): Emerson Leão, Vanderlei Luxemburgo, Renê Simões, Geninho, Caio Júnior, Joel Santana, Paulo Autuori, Levir Culpi, Carlos Alberto Torres, Falcão, Paulo César Carpegiani e Valdir Espinosa.
Outros técnicos estão inclusos na categoria dos que não detém a confiança da torcida e dos dirigentes ou não possuem a experiência necessária para assumir o Flamengo: Jorginho, Jair Picerni (gostei do seu trabalho a frente do São Caetano no final dos anos 90 e início de 2000), Silas, Alexandre Gallo, Argel Fucks, Gilson Kleina, Celso Roth e Mano Menezes (técnico de segunda divisão).
O Carlos Alberto Parreira é técnico apenas de seleções.
Zagallo e Ricardo Gomes se aposentaram.
É certo que não temos mais o Carlinhos, Cláudio Coutinho ou Telê Santana.
Existem também os técnicos que por suas personalidades, sofreriam resistência no clube: Renato Gaúcho e Dunga.
As possíveis opções: Andrade, Dorival Júnior, Nelsinho Batista e Vágner Mancini.
Confesso que gostaria de vê o Cristovão Borges no Flamengo, mas este não sairia do Fluminense neste momento.
Passados dois dias de reflexão, cheguei à conclusão de que o ruim poderia ser pior!
                                                                                                                                    Texto: Observador

sexta-feira, 7 de março de 2014

A volta de Luiz Antônio

Chegou ao fim a polêmica do Luiz Antônio com o Flamengo! O jogador se apresentou quinta-feira no Centro de Treinamento do Clube, sendo reintegrado ao grupo.
Para quem está fora da administração do Flamengo ou alheio aos pormenores da Ação Trabalhista, é difícil dizer quem tinha razão no caso, mas baseando-se no desfecho do imbróglio, tudo indica que o Flamengo tinha razão ao afirmar que mantinha os vencimentos do jogador em dia, afinal, foram nove decisões judiciais favoráveis ao rubro-negro carioca.
Agora vêm inúmeras alegações e discussões do tipo: “ele é jovem e imaturo, por isso tem que se relevar suas falhas”“ele foi induzido pelo advogado e empresário”“ele foi mal assessorado” – esta é ótima por ser óbvia demais, “ninguém orientou e por isso ele está perdido”. Por favor! Ele é homem e sabe muito bem o que faz!
Luiz Antônio foi recebido por seus companheiros, mas me incomoda o pensamento comum frente à conduta do jogador, traduzida da declaração do atacante Nixon: ..."O melhor a fazer é incentivar e acolher para que a cabeça dele possa melhorar a cada dia"...(GE, 07/03/2014); Por favor Nixon! Ele não é nenhum débil ou inválido! Ele é perfeitamente capaz de discernir o que é certo e o que é errado. Fez o que fez porque quis. Arriscou achando que ia se dá bem e se lascou. Agora, arque com as conseqüências. Já vi este filme antes quando o Alex Silva abandonou o grupo antes de jogo da Libertadores, e olha que o Alex tinha "certa" razão para a tal insatisfação.
Deixo claro que não sou a favor que a torcida hostilize e iniba o jogador a ponto de intimidá-lo a jogar um bom futebol e por conseqüência, desvalorize o patrimônio do Clube, mas é ingenuidade achar que voltou e pediu desculpas aos companheiros está tudo bem. Ele tem que pedir desculpas à torcida que hoje, mais que nunca, sente-se parte do Clube. Vai ter que reconquistar a confiança e mais, a simpatia e admiração da torcida rubro-negra. Isso é muito difícil! Caso contrário, o melhor que o Flamengo faz é vender o jogador e lucrar o mínimo com “o cão que mordeu a mão que o alimenta”.

E então, o que aconteceu para ele mudar de ideia? O amor pelo Clube? Acho que foi a fome!
Texto: OBSERVADOR

sábado, 14 de dezembro de 2013

Por causa de briga, Vasco perde patrocínio da Nissan

A briga entre torcedores dos times do Vasco da Gama e Atlético Paranaense no dia 08 de dezembro vai ter novos desdobramentos.
Após os dois times serem condenados pelo STJD à perda de 12 mandos de campo e multa de 120 mil reais o Atlético Paranaense e 8 mandos de campo e multa de 80 mil reais o Vasco, esta última agremiação sofre uma sanção econômica inesperada.
Uma das empresas patrocinadoras do Vasco da Gama, a Nissan, vai romper o contrato de patrocínio que rendia sete milhões de reais anuais ao time da colina e teriam duração de mais três anos, conforme divulgado pela coluna Radar, de Lauro Jardim, publicado pela Revista Veja. A medida partiu da matriz da empresa ao tomar conhecimento da briga através das imagens divulgadas ao mundo.
Após o episódio lamentável ocorrido no Estádio de Joinville – SC, algumas autoridades brasileiras se reuniram na última quinta-feira (12), a fim de discutir medidas a serem aplicadas em âmbito nacional como forma de prevenção e repreensão de atos violentos nos estádios brasileiros.
Incompreensível é a argumentação de algumas autoridades de que a lei (Estatuto do Torcedor) já existe e por si só basta para punir as partes envolvidas em conflitos. O que se vê é a existência de uma lei que por si só não tem eficácia para evitar a barbárie testemunhada pelo mundo.
Então surge a dúvida: As medidas serão eficazes, capazes de conter o ânimo violento de torcedores insanos que não querem torcer, mas sim, agredir, destruir, ofender, matar e por fim, estragar espetáculos públicos.
Fica evidente a necessidade de medidas mais duras para reprimir a ação de verdadeiros grupos criminosos que atuam dentro dos estádios.

A certeza que temos hoje é por incrível que pareça, parte da Nissan, a primeira medida efetivamente enérgica para acabar ou inibir a violência nos estádios, seja ela, a significativa sanção financeira.
Texto: Observador

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Flamengo Campeão da Copa do Brasil! Nem tudo é alegria.

PAIXÃO
Não sei precisar quando exatamente, nem mesmo o que ou quem me influenciou, mas desde a infância sou torcedor do Flamengo e tenho verdadeiro amor, admiração e devoção por esta entidade esportiva.
Por ser de origem humilde e na infância morar em Brazlândia, cidade satélite do Distrito Federal, durante muito tempo foi impossível colaborar com a entidade esportiva do coração, comprando produtos licenciados ou mesmo assistindo jogos em estádios, pois, as partidas de futebol eram realizadas sempre na cidade do Rio de Janeiro ou outros centros urbanos em que o futebol tem maior tradição. Há de ressaltar que o Distrito Federal não possui grandes equipes de futebol e por isso, nunca foi um grande centro do futebol profissional de primeira divisão.
Enquanto muitas crianças desejavam viajar para conhecer a Disney, eu sonhava em assistir a um jogo do Flamengo no Maracanã. Este sonho de consumo só foi possível em 2008, quando a muito custo, conseguir direcionar tempo, dinheiro e oportunidade; e assim, assistir a uma partida do Flamengo x Figueirense. Tudo foi muito especial, emocionante e perfeito, o que fez a paixão crescer ainda mais e ficou o sonho de um dia assistir uma final de Campeonato no Maracanã com o Flamengo disputando o título.
Os anos se passaram e a vontade de estar junto ao Flamengo e acompanhar sua rotina e seu dia a dia só aumentou. E uma via de mão dupla, o Flamengo traz alegria ao torcedor e o torcedor engrandece o Flamengo. É algo que só quem ama o futebol entende e por isso, os torcedores não medem esforços para viver esta emoção. Você quer estar junto e sentir que participou e contribuiu de alguma maneira para a glória e o crescimento do seu time de coração.
Vale ressaltar que você escolhe casa, roupa, carro, comida, cor favorita e até esposa, mas não escolhe um time para torcer. O homem e seu time estão predestinados e esta ligação é para sempre, na alegria e na tristeza. Isto acontece de forma bem peculiar no Flamengo, afinal, “uma vez Flamengo, sempre Flamengo!”
Quando é verdadeiro o amor pelo time do coração, um dia você conhece e simplesmente há uma simbiose, onde imediatamente um passa a fazer parte do outro e vice e versa, o que às vezes me leva a crer que você possa ter predisposição genética para ser torcedor de tal time de futebol.
Tem gente que gosta de beber e comer. Neste sentido, tem gente que adora carros, compras, exercícios físicos, dinheiro ou viagens, etc. Eu adoro minha família, meu trabalho e o Flamengo!
Ocorre que nos últimos anos o Flamengo vinha sendo sofrendo as conseqüências de sucessivas administrações amadores e irresponsáveis, o que mergulhou esta entidade esportiva em um abismo financeiro que resultou em uma possível falência e sua conseqüente extinção.
Alguns apontavam a falta de estrutura física como responsável pela crise, o que em teoria, influenciava negativamente na formação de novos atletas e também, no treinamento do time principal. Frente a isto, os dirigentes recorreram ao maior patrimônio no Clube, ou seja, a sua apaixonada torcida.
Em 2011, a Diretoria do Flamengo lançou um programa chamado “Rubro-Negro para Sempre”, o qual visava à captação de recursos através de doações de valores com o fim de construir o Centro de Treinamento do Flamengo. Cada torcedor participante doaria a quantia mínima de R$ 250,00 (duzentos e cinqüenta reais) e em troca, houve a promessa de gravar o nome dos doadores em um muro que seria construído naquela edificação. Apesar de a quantia ser considerável para os padrões brasileiros, não medir esforços. Economizei a referida quantia e realizei a doação vislumbrando um futuro melhor para a entidade.
Infelizmente este futuro não chegou, o CT não foi construído e as dívidas só aumentaram. No fim de 2012, o Flamengo foi alvo de inúmeras penhoras o que comprometeu de forma considerável a sua saúde financeira.
Já em 2013, a nova Diretoria realizou uma auditória nas finanças do clube e constatou que a dívida era astronômica, cerca de 750 milhões de Reais. O Flamengo estava à beira do colapso financeiro. Diante deste cenário e sob este argumento, a nova Diretoria dirigiu-se aos torcedores e expôs que o Flamengo só escapava da “de declarar falência em seis meses”, se além da conquista de novos patrocínios, a torcida apoiasse as novas ações de captação de recursos, entre as quais, o consumo de produtos licenciados do Flamengo (camisetas,TV- pay per view, entre outros), comparecimento aos estádios e por conseqüência, a compra de ingressos, adesão ao programa sócio torcedor (que teve inicio em março de 2013) e recentemente, medidas que visão captação de recursos junto a restituição de imposto de renda dos torcedores.
Diante o cenário apocalíptico descrito, os torcedores, o que me inclui, abraçaram a idéia de recuperar a entidade Flamengo e começaram a consumir produtos (camisetas que custam em média R$ 200,00 cada, entre outros), associaram ao programa sócio torcedor (eu me associei em julho, inclusive pagando o boleto anual à vista ) e compareceram aos estádios para torcer.
Para se ter uma idéia, o Flamengo bateu recordes de venda de camisetas oficiais e adesões ao programa sócio-torcedor neste ano de 2013.
Durante muito tempo o torcedor de fora do Rio não tinha muitas oportunidades de acompanhar os jogos do Flamengo, tanto pela distância, quanto pela questão financeira. Eu tinha que me contentar em assistir os jogos pela TV e nas oportunidades que o time jogava em Goiânia, deslocava-me para aquela cidade para prestigiar o evento.
Todavia, a enorme dívida obrigou o Flamengo a procurar novas praças mais lucrativas para mandar os seus jogos. Brasília foi o local escolhido. Aqui o Flamengo mandou vários jogos, dentre os quais, os três jogos que tive a oportunidade de está presente no Estádio Nacional de Brasília (nestes jogos eu não estava trabalhando).
Por todas estas ações e sacrifícios, sentia-me gratificado em ajudar o time, o Clube e a entidade Flamengo naquele momento de crise. No entanto veio a frustração...

DECEPÇÃO
Desde o ano de 2009, quando o Flamengo foi campeão brasileiro de futebol, não conseguia formar uma grande equipe, resultando em campanhas de ruim a péssimo, em todas as competições disputadas, o que gerou grande apreensão nos torcedores, sobretudo, nos que realmente amam o time e o futebol.
Recentemente, apesar da campanha regular no Campeonato Brasileiro, o time do Flamengo se classificou para as finais da Copa do Brasil – segunda competição nacional mais importante do Brasil que ocorria paralela ao Campeonato Brasileiro. Isso foi motivo de grande euforia para os torcedores, em especial para mim. Tudo convergia para que eu realizasse o meu sonho de assistir a conquista de um título importantíssimo do Flamengo no Maracanã, pois, estava de férias no serviço e apesar do alto custo (viagem, hospedagem, alimento, transporte – ônibus e taxi, ingresso), tinha reserva financeira para tal fim. Outro ponto primordial era o fato de ser sócio-torcedor, o que me permitia comprar o ingresso pela internet, não me expondo a extorsão dos cambistas no estádio.
A ansiedade começou antes mesmo da compra dos ingressos, pois, apesar das vendas terem sido iniciadas no dia 11 de novembro para sócio-torcedores da categoria +Paixão, para a categoria do programa sócio-torcedor que eu optei, as vendas só seriam liberadas no dia 14 de novembro.
Houve um aumento significativo dos valores dos ingressos, o que gerou diversas reclamações e até, um questionamento judicial por parte do Procon/RJ.
No dia 14 de novembro, acessei o site do Flamengo e efetuei a compra do ingresso e consequentemente, a carga do cartão ingresso, pois optei por não enfrentar grandes filas para o resgate do ingresso impresso. Para realizar esta compra, utilizei o meu cartão de crédito que se encontrava dentro do prazo de validade e dispunha de limite crédito mais que suficiente à realização da compra. Ao final da operação, foi emitida uma mensagem instantânea no sentido de que a compra teria sido concluída com êxito.
Efetuei a impressão do comprovante da compra que constava no campo STATUS, como ingresso PAGO e NÃO CANCELADO. A partir daí, tinha plena convicção que tinha garantido o meu lugar no estádio e que seria parte da festa.
Quanto ao valor do ingresso, ainda tendo como referência o link acima, o ingresso inteira sem qualquer desconto para a categoria escolhida por mim era R$ 800,00. Para sócio-torcedor (40% de desconto), o mesmo ingresso sairia por R$ 480,00. Contudo, é garantido acumular o desconto aos estudantes sócio-torcedores (é o meu caso), e portando, o valor pago foi R$ 240,00.
No dia 15 de novembro, utilizando-me do mesmo cartão de crédito, comprei as passagens aéreas de ida e volta, previstas para os dias 26 e 28 de novembro, respectivamente.
As datas de ida e volta foram definidas por precaução, pois, prevendo eventual tumulto ou problemas nos aeroportos no dia do jogo, preferir evitar qualquer percalço ou dificuldade que me inviabilizasse assistir ao jogo, afinal, o objetivo da viagem ao Rio era exclusivamente assistir ao jogo de futebol.
Já na cidade do Rio de Janeiro, limitei-me a curtas caminhadas no calçadão de Copacabana e Ipanema, não realizando qualquer passeio extra ou mesmo, aproveitando a praia, pois, o local não transmitia segurança (pouco ou nenhum policiamento), o que possibilitava o cometimento de delitos no local. Permaneci grande parte do tempo no hotel, aguardando ansioso o dia e a hora do grande jogo. A cidade “transpirava” o jogo, tema de quase todas as rodas de conversa.
No dia 27 de novembro, dia do jogo, saí cedo do hotel, por volta das 13h, pois, desejava conhecer a Lapa, centro velho do Rio, antes de ir para o estádio. Por volta da 16h, já ansioso, dirigi-me ao Estádio do Maracanã, já estava no clima, pois, o metrô estava lotado de torcedores cantado canções de apoio ao time.
Ao desembarcar na Estação Maracanã, visualizei o estádio e um mar de gente e assim, a ansiedade e alegria aumentaram. Mal continha a euforia. A emoção estava contagiante. Era coisa de louco. Nunca vi tanta gente reunida. Não acreditava que o sonho estava se realizando e por isso, queria entrar logo no estádio, mas os portões ainda estavam fechados.
Resolvi dar uma volta em torno do Maracanã e andei da entrada da UERJ até a entrada do Bellini e depois retornei, pois, o meu ingresso referia-se à categoria Maracanã Mais, ou seja, camarote que tem acesso pela entrada A.
Permaneci na fila por cerca de 1 hora, até a abertura dos portões, o que ocorreu por volta das 18h. Ao passar pela catraca eletrônica, eu entreguei o meu cartão ingresso à funcionária encarregada de passá-lo na catraca, no entanto, no visor acusava que o cartão estava inválido. Fiquei muito surpreso, mas em um evento desta magnitude é possível ocorre algum contratempo de fácil solução.
Fui encaminhado a uma mesa em que alguns funcionários vestidos com a camisa do Programa sócio-torcedor Nação Rubro-Negra. Estes funcionários detinham listas nominais de torcedores e nestas relações, procuraram o meu nome e não encontraram. Então, me questionaram quanto ao comprovante do pagamento do ingresso e o exigiram, contudo, apesar de tê-lo imprimido, não o portava, pois, tinha esquecido em casa.
Neste momento me senti extremamente constrangido, pois, indiretamente, insinuavam que eu não tinha comprado o ingresso. Falaram para eu aguardar uma definição sobre o meu caso. Aguardei por cerca de meia hora e neste período, presenciei outros torcedores com os mesmo problemas.
Questionei um funcionário sobre a necessidade de resolver o problema ou me oferecer uma opção de conferência por meio virtual, ou mesmo, a impressão do recibo de compra. Contudo, este funcionário alegou que eles não dispunham de tal meio e que era minha a obrigação de imprimir tal comprovante (detalhe: no regulamento do programa sócio-torcedor, é clara a afirmação que o cartão fornecido é o ingresso e é com ele que se dará a entrada em jogos. No regulamento do programa, nada menciona a obrigatoriedade de impressão do comprovante). O mesmo funcionário completou ainda dizendo que não poderia fazer nada, pois, a orientação que tinham recebido do “Flamengo” era para não permitir a entrada se não apresentasse tal comprovante de compra.
Nada adiantou eu argumentar que a responsabilidade não era minha e que tal situação era constrangedora e que jamais sairia de Brasília e me deslocaria para o Rio de Janeiro para assistir a uma partida de futebol, sem antes adquirir o ingresso.
Sem argumento, o funcionário me indicou outro funcionário vestido com a camisa vermelha do Flamengo (semelhante à utilizada pela comissão técnica) e falou que se tinha alguém que poderia resolver o problema era aquele funcionário do Flamengo.
Então me dirigi aquele funcionário, expus o problema e solicitei auxílio. O funcionário falou que não tinha como resolver o problema, mas havia um contêiner na parte externa do estádio destinado ao sócio torcedor e que lá eles resolveriam o problema.
Diante do impasse, indiferença e morosidade dos funcionários do Flamengo, dirigi-me ao contêiner indicado como o local que resolveria o problema. Ao chegar ao local, a fila de torcedores que apresentava problema estava imensa. Haviam vários guichês, contudo, apenas um destinado a resolução de problemas, enquanto os demais eram para o resgate de ingresso não carregados no cartão. O estresse já me dominava com a possibilidade de não assistir ao jogo tão esperado, mas esta idéia ainda pairava como absurda, então confiei que tudo seria resolvido.
Antes de chegar ao guichê, interpelei uma funcionária do Flamengo, expondo o meu problema e questionando-a se lá resolveriam o problema ou se era possível a impressão do comprovante da compra. A referida funcionária me informou que o problema poderia ser resolvido no guichê.
Na fila, problemas diversos eram relatados e o tempo demandado para a resolução de cada problema era um absurdo/inconcebível. Cada torcedor demorava no mínimo, 20 minutos no guichê, o que gerou enorme insatisfação nos demais torcedores presentes.  Absoluta falta de respeito com o consumidor, com o cidadão e com os seus próprios sócios, ou seja, quem sustenta o clube. Passou de “realização de um sonho” à “um terrível pesadelo”.
A todos os presentes na fila da reclamação, foi mencionado pela funcionaria no guichê que a solução oferecida era o cancelamento da compra anterior e realização de uma nova compra em dinheiro.
Alguns torcedores reclamaram e foram repreendidos pelos seguranças contratados ou guardas municipais (agentes com uniforme azul), que objetivando dissipar os reclamantes, solicitaram a presença da Tropa de Choque PMERJ, contudo, os torcedores explicaram aos policiais todo o transtorno e constrangimento a que estavam sendo submetidos. Presenciando aquela situação, os policiais militares se dirigiram ao guichê e falaram algo aos atendentes (imagino que foi uma repreensão para que eles resolvessem o problema dos torcedores) e posteriormente, se retiraram.
Após enfrentar todo o tumulto (outros torcedores tentando fura fila e etc) e cerca de uma hora e meia na fila, chegou a minha vez. Através de uma janelinha do contêiner (20x20cm), expus o meu problema à funcionária e esta, demonstrando extrema falta de paciência e preparo, falou que eles não poderiam resolver o meu problema, nem mesmo imprimir um comprovante da compra, pois, este ato cabia a mim. Então solicitei que, a exemplo dos demais guichês, fosse acessado os meus dados e impresso um ingresso. A mesma disse que não tinha acesso a nada e por isso não tinha como resolver o meu problema. Conclui: “este guichê da reclamação é só pra inglês vê”.
Revoltado com tal tratamento dispersado, reclamei e falei que tudo aquilo era um absurdo. A funcionária falou que não poderia fazer nada. Uma sensação de extrema impotência e frustração, decepção, desgosto e humilhação tomou conta de mim. Algo quase inexplicável. Senti como se tivesse a face cuspida ou como tivesse tomado um tapa no rosto. Naquele momento o amor ao clube virou ódio, pois, me sentir vítima do jeitinho de alguns cariocas - querer levar vantagem em tudo. Ser mais esperto que todos.
Pensei. O que fazer agora?
Vou procurar um lan house, mas como antes, ninguém sabia me informar aonde eu poderia encontrar uma aberta àquela hora. Perguntei aos policiais, taxistas, comerciantes, flanelinhas e etc. Após longa caminhada, encontrei algumas, mas estavam fechadas, pois, já era mais de 21h.
Corri por varias ruas, feito louco, o que causou feridas em meus pés. A procura acabou quando visualizei um estabelecimento comercial que dispunha de computador ligado à internet e impressora. Ofereci dinheiro ao proprietário para que o mesmo me permitisse utilizar o seu equipamento, o que foi aceito. Ao acessar a página do Flamengo e a área destinada ao login do sócio-torcedor, achei o ingresso comprado (comprovante). Ao abrir o comprovante, o ingresso constava como CANCELADO. O ingresso foi cancelado sem qualquer aviso ou justificativa.
Popularmente dizem que fiquei sem alicerce. “Perdi o chão”. “A ficha caiu”. Não assistiria ao jogo de futebol. Não um jogo qualquer. Eu perderia a chance de assistir o Flamengo Campeão da Copa do Brasil no Maracanã.
A decepção ficou tão evidente em minha face que o dono do estabelecimento comercial não aceitou o meu dinheiro.
Foi inevitável ter que caminhar novamente ao Maracanã, pois, a estação do metrô é próximo ao estádio.
Frustração é pouco para expressar o meu sentimento naquele momento. Senti o gosto da derrota, pois, enquanto todos desciam a rampa de acesso (estação-estádio), eu a subia para ir embora.
Presenciei cambistas oferecendo o ingresso mais barato por R$ 400,00, mas não dispunha deste valor. Afinal! Quem leva R$ 400,00 em dinheiro ao estádio, já tendo comprado antecipadamente o ingresso?
A revolta era tanta que perdi o interesse em assistir o jogo em bares ou qualquer TV.
Eu fui para o hotel e ainda engasgado com o ocorrido, assisti parte do jogo na TV do quarto, pois, foi impossível fingir que nada estava acontecendo, afinal, o barulho e a vibração vinham da rua.
Ao fim da partida, o Flamengo sagrou-se campeão e tive a certeza que perdi a oportunidade de realizar o meu sonho. Um misto de alegria e extrema tristeza.
A suspeita de que o meu lugar comprado por R$ 240,00 poderia ter sido vendido a outra pessoa disposta a pagar R$ 800,00, agravava a sensação de ter sido enganado e lesado.
Claro que há uma relação de consumo, mas para flamenguistas como eu, este jogo representava mais que um produto ou mero entretenimento, é uma experiência única irreparável.
Diante tudo isso, restou à sensação de ter sido lesado, por isso, existe o constrangimento no simples ato de narrar o ocorrido a alguém, além da sensação de que no Rio de Janeiro, o cidadão comum está abandonado à própria sorte e a lei é letra morta.
Resta saber se algo desta natureza ocorrerá novamente!
Autoria: um torcedor!

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Diretoria do Flamengo: Carta aberta sobre o Consórcio Maracanã.

"O Flamengo, depois da espetacular participação da nação rubro-negra no jogo desta quarta-feira, contra o Cruzeiro, espera que a Odebrecht tenha se convencido da importância em ter a maior e melhor torcida do mundo no Maracanã.
A torcida do Flamengo valoriza o Maracanã. Ela é a alma do estádio e faz dele o mais lindo e vibrante do Brasil. Sem o Flamengo, o novo Maracanã se torna apenas uma arena importante, como outras que já existem.
Por esta razão, não se pode admitir que o modelo de administração do Maracanã seja tão prejudicial ao Flamengo. Abaixo, os fatos que aprendemos, fruto de nossa experiência recente:
- No jogo do dia 28/08 contra o Cruzeiro, a renda líquida do clube foi de R$734.000 para uma renda bruta de R$2.200.000. Com esta mesma renda bruta, o Corinthians no Pacaembu teria uma receita líquida de R$1.650.000.
- Esta mesma comparação feita para qualquer outra arena/estádio no Brasil comprovará que no Maracanã o Flamengo trará para seus cofres menos da metade do que seus adversários de outros estados estarão arrecadando.
- Os custos operacionais do Maracanã são de, no mínimo, o dobro de qualquer outro estádio do Brasil, podendo chegar a até 10 vezes o custo de outros estádios capazes de receber também grandes públicos.
- O Maracanã oferece um péssimo serviço tanto na venda de ingressos quanto na operação de acesso, onde as catracas não estão dimensionadas para o alto fluxo de ingresso de torcedores próximo a hora de início da partida.
- Consequência: longas filas, impossibilidade do controle eletrônico do acesso, riscos de evasão de renda, superlotação e descontrole da arrecadação, falta de contagem dos giros de catraca, impossibilidade de saber a relação entre os ingressos vendidos e o número de pessoas que entraram no estádio.
O Flamengo deseja construir uma relação justa e parceira com quem quer que esteja administrando o Maracanã. Uma relação que permita, além de bons resultados financeiros para ambas as partes, a enorme alegria dos 40 milhões de apaixonados torcedores rubro-negros.
É para isto que estamos trabalhando.
Conselho Diretor do Clube de Regatas do Flamengo"

Diretoria do Flamengo expõe dificuldades impostas por consócio administrador do Maracanã que impedem o time de maior torcida do Brasil jogar no estádio da final da Copa do Mundo.

Os dirigentes do Flamengo lançaram uma cartilha para explicar aos seus torcedores os motivos que inviabilizam, impedem e dificultam o Mais Querido mandar seus jogos no maior estádio “PÚBLICO” do Brasil.
Dentre os vários motivos alegados, os altos custos operacionais definidos e apresentados pela Odebrecht, empresa que compõe o consócio que administra o estádio, além da omissão no oferecimento de estrutura mínima à comercialização de ingresso, cobrança de valores adicionais para veiculação e divulgação de marcas de patrocinadores no estádio.
Por fim, dificuldades referentes à habilitação de catracas do estádio de forma a permitir ao sócio-torcedor utilizar diretamente o seu cartão-ingresso.
É certo que imposições do Consócio Maracanã coloca o Flamengo em uma situação de refém, pois, arca com todos os custos do jogo, promove o espetáculo, todavia, recebe menos de 30% do lucro dos jogos.
Este panorama contribuiu e muito para que a relação entre as partes esteja extremamente desgastada, o que sem dúvida alguma, vai de encontro a uma solução em curto prazo.
Como reflexo desta crise, o Flamengo já anunciou que neste Campeonato Brasileiro, à exceção das partidas contra o Vitória/BA e o clássico de volta com o Botafogo, não mandará mais seus jogos no Maracanã. Contudo, os jogos do time na Copa do Brasil serão realizados na “antiga casa” do rubro-negro carioca.
Ainda obscuro o atual panorama, dirigentes do Flamengo fazem uma petição através da internet, objetivando conseguir 10 mil assinaturas para reivindicar a anulação da concessão do Estádio do Maracanã, aproveitando assim, seu enorme apelo popular.
Em outra frente, o Presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Melo, solicitou uma audiência com o Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, para propor um modelo de administração do estádio pelos 4 grandes clubes do Rio. Esta seria a última cartada para tirar do Consócio Maracanã o poder de gestão sobre o gigante equipamento público.
Neste cenário, surgem duas alternativas: O Flamengo mandar seus jogos em outras praças, aproveitando o seu potencial como time nacional de massa; ou, a tão sonhada construção de um estádio próprio, o desejo de todo Rubro-Negro. Entretanto, esta última alternativa exige uma reflexão mais profunda e detalhada.
“Por que o Flamengo não joga mais no Maracanã?
Atenção torcida rubro-negra: o maracá não é nosso! É da Odebrecht que define tudo a respeito do estádio e quer ficar ainda mais rica às custas do futebol carioca. Entenda os motivos que dificultam o retorno do Mais Querido para a nossa casa:
- O Maracanã é o estádio mais caro da América Latina. Por exemplo, em um jogo de R$ 3 milhões de renda o consócio cobra de custos de operação e aluguel cerca de R$ 1.6 milhão. Em Brasília, cobram R$ 600 mil.
- Impede a ativação de qualquer patrocinador do Clube no estádio ou no telão sem que haja pagamento além do que o Flamengo já paga para jogar no estádio. No clássico com o Botafogo, nem mesmo a propaganda para sócio-torcedores pôde ser exibida no telão!
- Não autorizou o uso do cartão-ingresso do sócio-torcedor do clube sem dar nenhum motivo para isso. E funciona perfeitamente.
- O Maracanã quer assumir toda operação de venda de ingressos embora o mandante e responsável pelo espetáculo seja o Flamengo.
- O Consócio não disponibiliza mais guichês de atendimento ou infra-estrutura de conexão, mas cobra caso o Clube faça.”
Diante tudo isso, o torcedor do Flamengo espera a recuperação financeira, estrutural e esportiva do clube, além é claro, títulos que garantam a recuperação da auto-estima rubro-negra, tão afetada nos últimos anos.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

CURTINHA: Sobre a briga entre Corinthianos e Vascaínos no Estádio Nacional de Brasília

"É Revoltante saber que o dinheiro público que patrocina brigas, agressões, desordem e vandalismo nos estádios do Brasil, pois foi a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL quem garantiu o ingresso e a viagem da torcida Gaviões da Fiel (hoje perfeitamente classificada como uma facção criminosa) para Brasília.
Eu como empresário, jamais patrocinaria um time de futebol como o Corinthians. Vincular a imagem de minha empresa a marginais, assassinos e ladrões de frango assado, seria um suicídio comercial." (Comentários em Redes Sociais)

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Torcedores brasilienses do Flamengo exigem respeito - Grande público no Estádio Nacional Mané Garrincha


Estádio Nacional de Brasília - Mané Garrincha

Os jogos do Flamengo na Capital Federal geraram mais que bom público e excelente renda ao clube carioca, mas também, profunda reflexão, principalmente com relação aos modernos estádios de futebol e o novos torcedores que se caracterizam por serem mais exigentes e criticos frente a sua condição de torcedor e consumidor. 
Muita coisa tem que mudar e melhorar, conforme destacado em carta aberta de torcedor rubro-negro divulgada no Blog do Torcedor Urubublog (comentário 66 do post "Grande prátria desimportante em nenhum instante eu vou ter trair", por Artur Muhlenberg, 17/07/2013), a seguir:
Caros amigos rubro-negros!
Venho exteriorizar algo que vem me incomodando há algum tempo e que de certa forma, reflete em todos os torcedores do Flamengo que vivem no Distrito Federal.
Sou brasiliense é torço para o Flamengo e para o Flamengo e para o Flamengo. Não tenho segundo time.
Todos falam que o Flamengo é nacional e etc; que tem torcida em todo o Brasil e tal; mas quando o time vem a Brasília mandar seus jogos, alguns torcedores de outros Estados, a imprensa e até mesmo jogadores, proferem comentários que mesmo indiretamente, são depreciativos à cidade (Brasília) e ao Estádio Nacional Mané Garrincha.
 Às vezes dão a impressão que é um favor jogar em Brasília, afinal, aqui não tem grandes times de futebol.
Que é um sacrifício jogar aqui e etc...
Bem, sabemos que há dificuldades de logística, como sempre existe em jogos distantes da Sede da Gávea, mas o Fla é ou não é nacional?
Não é favor o Flamengo jogar em Brasília, é obrigação! Assim como em outras regiões do Brasil.
Independente da distância entre RJ e DF, e o "suposto" superfaturamento na construção do Estádio Nacional de Brasília, o torcedor merece respeito.
O torcedor rubro-negro do DF ama o Flamengo e por isso, não mede esforços para apoiar e ajudar o clube do coração a se erguer moralmente e também financeiramente. Nós compramos camisas e produtos oficiais, nos associamos, assinamos TV, compramos ingressos a preços acima do praticado em outras praças, entre outras demonstrações públicas de devoção e amor a camisa que outrora fora ostentado por Zico. É mística, mágica e fantástica!
No estádio, apoiamos o tempo todo, empurrando o time pra frente e quando lhe faltam pernas, carregamos os onze em nossos ombros.
Para comprar ingressos, ainda que caríssimos, enfrentamos filas intermináveis sob o sol forte. Mesmo quem os compram pela internet enfrenta fila, mas fim de semana com jogo do Mengão na Capital Federal é certeza de estádio lotado.
Todavia, o que vejo é que alguns seguimentos não interpretam, nem consideram esta devoção da forma merecida, dando a entender que o lugar do Mengão é só no Rio, e que Brasília ou qualquer outro lugar só se apresenta como mera oportunidade de ganhar dinheiro rápido e fácil.
Brasília e a nova Serra Pelada? Querem o nosso ouro, mas morar aqui, nem pensar!
Por não ser o local, o meio e nem mesmo o momento apropriado, não vou citar as qualidades do DF em contraponto a este pensamento ourofebriano.
Acho sim que o Flamengo deve ter seu estádio próprio, mas enquanto não tem, que jogue aonde está o torcedor que abraça o time (hoje é em Brasília).
O que exigimos é respeito (vários pontos de venda de ingressos, dignos, de forma rápida e facilitada, valorizando também o sócio torcedor).
Os jogos aqui em Brasília sempre tiveram longas filas. Ainda pior é a situação dos sócios torcedores que compram ingressos pela internet e posteriormente enfrentam filas ainda maiores que os torcedores não sócios para simplesmente pegar o ingresso físico (papel).
Quanto aos valores dos ingressos, acho justo o valor praticado no jogo Flamengo x Coritiba, afinal o Estádio Nacional realmente é uma obra de arte, digna do torcedor cidadão. Seguro e confortável, apesar de ainda não estar pronto e necessitar de melhorias na parte externa, bares e banheiros.
O aluguel do Estádio é justo, afinal o poder público deve recuperar ao menos parte do dinheiro investido. O que não acho justo são as taxas de 5% da Federação Brasiliense de Futebol e pior ainda, 10% da renda para a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (ISSO É UM ABSURDO, UM ROUBO).
Por fim, apoio essa Diretoria, confio no trabalho que esta sendo feito, seja em Brasília ou no Rio de Janeiro, o Flamengo será sempre amado, entretanto, seria bom o Flamengo amar também os seus torcedores, seja os nossos irmãos do Rio, Brasília e de todo o Brasil.
SRN
CRN 478645
HERBERT

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

No Brasil, clubes de futebol devem 4,7 bilhões e agravam caos financeiro

Quem olha para o noticiário esportivo brasileiro desde o início do ano já sabe. O Vasco enfrenta sérias dificuldades desde o ano passado. O time que chegou perto de eliminar o Corinthians da Taça Libertadores da América 2012 foi desmanchado aos poucos e hoje o clube sofre para pagar em dia os atletas que ficaram. O Flamengo, desde que trocou de presidente, embarcou em um processo semelhante, com atletas deixando o clube não pelo rendimento esportivo, mas pelo alto custo de seus salários e adaptação à nova política de austeridade financeira adotada pela nova direção. Algo semelhante acontece no Palmeiras: a nova diretoria assumiu há pouco e já avisou que não serão feitas grandes contratações e que os tempos são de contenção de gastos.
Os três exemplos são a prova de que a situação financeira precária do futebol brasileiro, aos poucos, vai vencendo os clubes. O processo é rápido e cresce com velocidade ainda maior do que a evolução das receitas. Desde 2003, os maiores clubes do país aumentaram em 235% a verba que entra nos cofres, passando de R$ 800 milhões em 2003 para R$ 2,7 bilhões em 2011. No mesmo período, porém, as dívidas cresceram 306%, de R$ 1,2 bilhões para R$ 4,7 bilhões.
“Muita gente fala que a gestão dos clubes está melhorando só porque tem mais dinheiro entrando. Mas essa análise mostra que os dirigentes estão fazendo o que sempre fizeram: trabalham com o dinheiro futuro. O custo do futebol atual está no patamar de 2016, mas está sendo praticado em 2012. Nesse modelo, os custos vão subir sempre. O déficit é garantido”, diz Amir Somoggi, especialista em marketing e gestão esportiva.
Ocorre que quanto mais os clubes arrecadam, mais gastam e de forma pior, optando por pagar altas taxas de juros e enormes comissões.
Segundo Somoggi, os seguintes números refletem o abismo financeiro dos clubes brasileiros. R$ 5 BILHÕES EM DÍVIDAS
O principal indicador de que as contas do futebol brasileiro não vão bem é a análise das dívidas que os clubes acumulam. Como já foi dito, esse rombo é de R$ 4,7 bilhões até 2011 e deve crescer mais quando os números de 2012 forem divulgados. Além disso, levando em conta apenas os clubes com as 12 maiores arrecadações do país, NENHUM DEVE MENOS QUE R$ 100 MILHÕES. A critica situação financeira do Flamengo só corresponde a ponta do iceberg no oceano do caos financeiro do futebol profissional brasileiro.  
Em alguns casos a situação é controlável. O Corinthians, por exemplo, tinha dívidas de R$ 178 milhões até 2011. Mas, com receitas de R$ 390 milhões, precisaria, hipoteticamente, de pouco mais de meio ano para zerar as contas.
Em outros, o problema é gigantesco. Em 2011, por exemplo, o Botafogo arrecadou apenas R$ 59 milhões. Sua dívida, no entanto, batia R$ 564 milhões. O indicador é de 9,6 – o que significa que o clube precisaria ficar quase dez anos sem gastar um centavo, mas mantendo a arrecadação, para quitar seus débitos.
E o patamar caótico não é exclusivo do Botafogo. O INDICADOR DO FLUMINENSE, POR EXEMPLO, É DE 5,1. É necessário lembrar que no caso deste último, é o patrocinador do clube que banca o salário de boa parte do elenco, além da maior parte dos direitos econômicos de seus atletas não estar sob o poder daquela agremiação. A situação de Atlético-MG e Vasco da Gama também é parecida. O indicador mineiro é de 3,7. O carioca, de 2,8.
Nos demais clubes, essa nota não passa de dois. E apenas São Paulo (0,7), Cruzeiro, Corinthians (0,9) e Internacional (1) estão em um patamar que seria aceitável em empresas privadas. “No mercado financeiro, a partir do indicador 1 você pode considerar a empresa em situação falimentar. Isso quer dizer que a maioria dos clubes brasileiros está em situação falimentar atualmente”, diz Somoggi.
JUROS E BLOQUEIO DE RENDA
A dívida não seria um problema se os clubes tivessem um plano para pagá-la. Sem esse planejamento, um time não tem como equilibrar gastos e ganhos. Funciona mais ou menos assim: sem dívidas, o dinheiro que entra de patrocinadores, acordos das TVs ou bilheteria cai na conta do clube e, ao fim de cada mês, é usado para pagar gastos como salários de jogadores.
Com dívidas, as verbas entram na conta do clube e são usados para pagar as contas atrasadas. Quando os salários vencem, os clubes têm de ir a um banco para pedir empréstimos. Apresenta o contrato de direito de transmissão, por exemplo, como garantia. Com esse dinheiro emprestado, paga os salários de um mês. No mês seguinte, porém, além dos gastos mensais, é preciso pagar ainda o que foi emprestado, mais os juros.
Nessa bola de neve, o valor de encargos financeiros que o futebol brasileiro paga chega a patamares impressionantes. Donos dos maiores contratos de transmissão com a TV, Corinthians e Flamengo gastaram, em 2011, mais de R$ 30 milhões cada só para antecipar contratos. Os paulistanos listaram R$ 33,8 milhões nessa modalidade no balanço de 2011, contra R$ 32,6 milhões dos cariocas. “Quem pega dinheiro emprestado paga juro bancário. Isso é normal e as grandes empresas fazem. Só que clubes estão errando a mão. Esses números de Corinthians e Flamengo mostram isso”, analisa Somoggi.
Um exemplo de como um planejamento ruim para o pagamento de contas pode complicar um clube é o Vasco da Gama. Graças a dívidas não pagas com a Receita Federal, 100% das rendas de jogo são penhoradas. Pior ainda, por causa disso, o clube não tem certidão negativa e, consequentemente, não pode receber de sua patrocinadora, a estatal Eletrobrás. A média de salários atrasados é de três meses e os funcionários só recebem quando entram com uma ação junto à justiça. O clube deve R$ 43,4 milhões apenas para a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e possui uma dívida total de R$ 387 milhões.
Cristiano Koehler, diretor geral, assumiu o Vasco nessa condição e está trabalhando para mudar o modelo de administração. Em contato por telefone, ele admitiu que a meta é manter os gastos abaixo do que o clube recebe, tornando o pagamento dos débitos a prioridade. Segundo ele, em entrevista anterior, esse processo será longo e o clube vai precisar de no mínimo cinco anos para se reestruturar financeiramente.
SALÁRIOS ATRASADOS
O resultado do aumento das dívidas, principalmente a com instituições bancárias, é a dificuldade dos clubes para pagar suas contas mensais. Pelo menos oito dos 20 clubes que disputaram a Série A do Brasileirão no ano passado atrasaram salários ou direitos de imagem. O Cruzeiro, por exemplo, atrasou salário de jogadores e funcionários em janeiro de 2012, referentes à folha de pagamento do mês de dezembro de 2011.
O clube precisou fazer um empréstimo para quitar a dívida, mas o problema se arrastou até 1º de fevereiro. Antes de pagar, porém, o presidente do clube, Gilvan de Pinho Tavares, criou um mal-estar com os jogadores com uma frase irônica: "Os atletas ganham muito pouco, ganham uma miséria. E atrasar três ou quatro dias faz uma falta danada”. Insatisfeitos, os jogadores reagiram e entregaram à imprensa uma carta de repúdio pelas declarações do presidente, afirmando que não deixaram de trabalhar, mesmo sem receber os vencimentos.
Outros dois clubes admitiram que venderam atletas (ou fatiaram direitos econômicos) para bancar a folha salarial. É o caso do Santos, que utilizou o dinheiro da venda de Paulo Henrique Ganso para pagar a salários de dezembro e 13º de 2012, e do Botafogo, que durante o ano se desfez de 40% do zagueiro Dória para pagar seus jogadores em dia. “Hoje, o clube não precisa mais se desfazer do jogador para fazer dinheiro. Em 2012, por exemplo, vendemos 20% do Dória para o BMG por valor alto, fizemos dinheiro e o atleta seguiu no clube”, disse o vice de futebol do Botafogo, Chico Fonseca, em entrevista do início de janeiro.
NA EUROPA
Em resumo, o futebol brasileiro tem dívidas astronômicas, a cada ano paga mais juros bancários e não paga seus salários em dia. Se jogassem na Europa, a grande maioria seria proibida de jogar competições internacionais e ainda seria multada pelas regras do Fair Play Financeiro.
Mas o que é esse Fair Play Financeiro da Uefa? Em 2009, a entidade e a associação dos clubes resolveu adotar medidas práticas para manter os custos do futebol em um patamar sustentável. Naquele ano, o futebol europeu percebeu o perigo que bilionários russos e árabes investindo no futebol, dando potencial de compra quase infinito a alguns clubes, representava.
O problema é mais ou menos esse: olhe para o Manchester City. Em três anos, o clube gastou 418 milhões de libras em contratações, mas não arrecadou o suficiente para pagar por tudo isso. O dinheiro veio, na verdade, do xeique Mansour bin Zayed bin Sultan Al Nahyan, membro da família real de Abu Dhabi. O mesmo aconteceu com o Chelsea, do russo Roman Abramovich, e com o PSG, do catariano Nasser Al-Khelaifi.
Os clubes endinheirados, então, criam dois problemas para a entidade. O primeiro, um desnivelamento esportivo. O segundo, clubes gastando mais do que podem para se equiparar a esses novos-ricos (e, consequentemente, deixando de honrar seus compromissos). Como as leis européias impedem uma limitação de investimento nas empresas (a maioria dos clubes por lá são assim), a saída encontrada foi regular os déficits das equipes: com as novas regras, os times só poderiam gastar o que ganhassem.
As regras foram oficializadas em 2009, mas a Uefa deu aos clubes três anos para se adaptar. As regras são complexas, envolvem uma série de fatores, mas pode ser resumida em alguns pontos. Para disputar as lucrativas competições européias, os clubes do continente precisam de uma licença. E a entidade só fornece essa licença aos clubes que, por meio de auditorias externas, comprovarem que estão dentro dos parâmetros fiscais estabelecidos. Um time, por exemplo, não pode atrasar salários ou deixar de pagar acordos para contratar atletas. Quem fizer isso está sujeito a multas, bloqueio de premiação ou direitos de transmissão e, em último caso, exclusão de competições.
Além da punição aos maus pagadores, a regra mais importante do Fair Play Financeiro é a do “break even”: um clube só pode gastar com seu departamento de futebol o que arrecada, com uma margem de cinco milhões de euros de déficit em um período de três anos.
Existem, no entanto, uma série de exceções. Os clubes, por exemplo, podem descontar os gastos com categorias de base e com construção de estádios ou centros de treinamento. Nos dois primeiros anos, o salário de jogadores assinados antes de 2010 também pode ser desconsiderado. E, nos primeiros cinco anos, os limites de déficit são maiores, um prazo para os clubes deixarem para trás o modelo gastador para adotar modelos sustentáveis. Nos dois primeiros anos, por exemplo, é possível ter um déficit geral de 45 milhões de euros, desde que essa dívida seja coberta por investidores.
Na prática, as regras impedem que clubes com donos ricos gastem sem se importar com o retorno financeiro desses investimentos. “Quando as regras foram criadas, a Uefa estava muito preocupada com o nível de endividamento dos clubes. Como não poderia limitar investimentos, ela usou a arma que tinha e limitou os gastos aos ganhos. Hoje, esses limites estão sendo aplicados e, no fim das contas, o objetivo é chegar ao zero. Mas não tenho muita certeza se é possível obrigar os clubes a operarem em déficit zero”, explica o especialista no assunto Ed Thompson, editor do site financialfairplay.co.uk.
ALTERNATIVAS NO BRASIL
Olhando o cenário, o analista Amir Somoggi só vê uma alternativa para evitar que os clubes piorem ainda mais sua situação: a ação governamental. O Governo Federal é o maior credor do futebol brasileiro, responsável por pouco menos de 50% dos R$ 4,7 bilhões que os clubes nacionais devem.
“Os clubes brasileiros estão em seu melhor momento histórico, ganhando muito dinheiro e vendo as receitas aumentarem. Só que as dívidas só estão aumentando. Quando a arrecadação parar de subir, os clubes estarão em um buraco financeiro enorme, sem possibilidade de saída”, explica Somoggi.
Em outros países, foram estabelecidas regras duras para os clubes operarem. Na Alemanha, por exemplo, a Bundesliga aplica sérias multas a quem não paga salários em dia e tem regras que equilibram os gastos. O resultado são times que não fazem loucuras disputando um campeonato muito equilibrado. E os números de torcedores mostram isso, com o Campeonato Alemão mostrando as maiores taxas de ocupação de estádio do planeta.
“É um exemplo do que pode ser feito. Mas é uma liga. Aqui, dependeríamos da CBF, mas todos sabem que ela não está interessada em fazer isso. A outra solução é o governo. Se o governo tivesse o interesse e executasse as dívidas, todos os clubes teriam de fechar. Ninguém faria isso, porque as implicações políticas seriam enormes. Mas poderia ser feito o que foi feito na Espanha e propor a criação de uma linha de crédito específica para o futebol. E, para que o clube conseguisse acesso a esse dinheiro mais barato, teria de se adequar aos parâmetros exigidos pelo governo”, propõe Somoggi.
Seria algo parecido com o que foi feito com a Timemania, a loteria dos clubes criada pelo governo para pagar as dívidas fiscais do futebol. O modelo, porém, ficou abaixo da arrecadação esperada. Além disso, não exigiu contrapartidas suficientes para os clubes, que mantiveram modelos de gestão deficitários. Novo secretário de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, o jornalista Toninho Nascimento concorda com a opinião.
Ao assumir o cargo, ele admitiu que o governo pode ajudar os clubes a renegociarem as dívidas, desde que com gestão profissional e transparente. “O governo não pode dar dinheiro em troca de nada”, afirmou o secretário à Agência Brasil. “Acho que os dirigentes não podem mais administrar os clubes como um hobby, um segundo trabalho ou somente uma paixão. Tudo caminha para que esses dirigentes assumam responsabilidades cada vez maiores. A paixão obviamente tem que continuar, mas acho que é a hora de profissionalização, e o poder público tem um papel muito importante nesse processo. As dívidas dos clubes são uma âncora que os prendem ao passado”.
Outra alternativa é ver os patrocinadores exigindo mudanças nos clubes em troca de seu apoio. Pense em empresas cancelando o patrocínio caso um clube atrase os salários, por exemplo, para que ninguém faça a ligação negativa entre o patrocinador e um mau pagador. “O problema é que os clubes não ligam para essa imagem negativa. Atrasam pagamentos e não consideram a publicidade que isso gera negativa”, conta Somoggi.
Esse cenário, porém, está mudando. No início do ano, o movimento “Por um Futebol Melhor” anunciou um projeto para premiar o clube com a melhor gestão na temporada. O movimento reúne uma série de empresas, capitaneadas pela Ambev, em um programa de sócio-torcedor gigante, que já conta com 15 clubes e deve chegar a 23 até o fim do ano.
Texto: Uol Esportes/WM com adaptações - 07.02.2013